Com as novidades anunciadas na noite da última quinta-feira, 14, a Samsung deve permanecer na liderança do mercado de smartphones, à frente da Apple, sua maior concorrente. “O lançamento do Galaxy S 4 não foi mais do mesmo. Foi bem positivo, porque a Samsung melhorou a parte de hardware e de software”, afirma Leonardo Mumin, analista do IDC. Para Bruno Freitas, do IDC, com o novo Galaxy, a fabricante sul-coreana deve garantir a liderança do mercado de smartphones em 2013: “A Samsung deve ampliar sua participação no mercado, pois após um grande lançamento sempre há aumento das vendas”, opina o consultor.

O processador octa-core, o sensor gestual e o uso simultâneo de duas câmeras parecem ter sido os recursos que mais chamaram a atenção no anúncio do modelo top da Samsung. “O sensor gestual muda os conceitos sobre a experiência do usuário, superando o touchscreen”, aponta Bruno Tasco, analista da Frost & Sullivan. “Com as melhorias de hardware, o S 4 vira praticamente um PC dentro do celular”, diz Mumin. Acredita-se que, em lugar de grandes inovações tecnológicas, que já chegaram a patamares bastante avançados, as grandes fabricantes de smartphones invistam em melhorias na experiência do usuário. “Hoje, desenvolve-se a tecnologia como meio de fidelizar o cliente”, explica Tasco.

4G

A conectividade 4G compatível com a rede brasileira pode ser considerado um diferencial do S 4 no mercado nacional, sobretudo em relação ao iPhone 5. No entanto, os analistas são unânimes em afirmar que, a princípio, o recurso não deve ser o fator que impulsionará as vendas do novo modelo. “A rede 4G não é uma realidade para o brasileiro, que não sabe como será a cobertura na prática. Ainda não há infraestrutura consolidada. Quem gosta muito da Apple não migra para Samsung por causa do 4G. Além disso, é bastante provável que o próximo modelo da Apple seja compatível com a rede brasileira”, ressalta Tasco. Mumin acredita que os preços mais competitivos da empresa sul-coreana é que devem fazer a diferença nas vendas. “Os preços da Samsung ainda são mais baixos que o iPhone 5, mais adequados ao mercado brasileiro”, lembra.

Mercado corporativo

Com o Knox, sistema de segurança que permite ao usuário separar o perfil corporativo do pessoal no aparelho, a Samsung demonstrou que pretende se tornar mais competitiva no mercado B2B. “A Samsung tem investido pesadamente em segurança, em uma estratégia que parece mais voltada para o mercado corporativo do que para o usuário final”, diz Tasca. Esse posicionamento pode ameaçar a BlackBerry, tradicionalmente concentrada nesse nicho. “A BlackBerry sofre um duro golpe com o Knox, mas o mercado corporativo ainda enxerga a marca como um grande player, especializado em segurança e que, com o BlackBerry 10, permite interação multiplataforma”, explica Tasca. “A BlackBerry tem feito seu dever de casa”, opina.