Os antigos "emoticons" evoluíram: sorrisos, gargalhadas e outras expressões faciais, como raiva e tristeza, agora podem ser aplicadas sobre modelos 3D construídos a partir de fotos de pessoas reais. Uma ferramenta para a criação desses avatares e para o compartilhamento de emoções entre os usuários é a proposta do MoodMe, aplicativo para iOS, Android e desktops, desenvolvido pela Mach-3D e que será lançado mundialmente em julho. "É o torpedo 2.0. Em vez de mandar um 'smile' a pessoa envia seu avatar sorrindo. Queremos desencadear uma troca de emoções", explica Chandra De Keyser, um dos sócio-fundadores da Mach-3D, que morou no Rio de Janeiro por muitos anos e agora vive em Luxemburgo, onde a empresa está sediada.

MOBILE TIME teve acesso a uma versão beta do aplicativo, em Android 2.3. Funciona da seguinte forma: a partir de uma foto do rosto tirada com a câmera do próprio celular, o aplicativo gera um modelo em três dimensões. É importante casar a face com uma forma de rosto que aparece na tela, o que ajuda o aplicativo a reconhecer onde estão os olhos, o nariz e a boca. Uma vez gravada a foto, é possível aplicar expressões faciais a ela.

O desenvolvimento demorou cerca de um ano e o investimento no projeto é da ordem de 200 mil euros, relata De Keyser. A tecnologia foi devidamente patenteada.

Os usuários do MoodMe poderão interagir com os avatares uns dos outros, realizando ações como mandar uma piscada de olho ou um beijo. Ou mesmo provocações, como uma picada de abelha no nariz. Haverá ações gratuitas e outras que serão cobradas, através de vendas in-app.

O preço não foi definido, mas a ideia é que custem poucos centavos. No futuro também serão vendidos objetos para incrementar os avatares, como óculos. O download do app em si será gratuito. A plataforma será integrada ao Facebook, permitindo o compartilhamento das reações de cada avatar na página do usuário na rede social. A cada mudança de humor, uma notificação será enviada para os amigos da pessoa no Facebook, por exemplo.

O público alvo é composto por jovens de 15 a 25 anos. A expectativa é conquistar 100 mil usuários até o fim do ano e ultrapassar 2 milhões ao fim de 2013, afirma o executivo. Para promover a plataforma, a Mach-3D usará as redes sociais. Além disso, contratou algumas dezenas de meninas que atuarão como "embaixadoras" do MoodMe ao redor do mundo. Elas terão direito a mandar quantas mensagens quiserem e serão remuneradas pelas mensagens que receberem. Há uma brasileira no time de estreia.

Novos negócios

No roadmap do produto está prevista a abertura da plataforma para que outros desenvolvedores criem aplicativos, objetos ou ações para os avatares do MoodMe. Também está nos planos da empresa oferecer a plataforma para uso com a marca de terceiros, como clubes de futebol, que poderiam criar avatares dos seus jogadores com os quais enviariam mensagens de comemoração quando marcam gols, por exemplo.