O estudo Global Interconnection Index (GXI) avalia que a América Latina terá um crescimento de 63% em capacidade de interconexão de dados até 2022, quando representará 11% da capacidade de interconexão global, ou 1,4 mil Tbps dos 13,3 mil Tbps no mndo. Em 2018, as interconexões latino-americanas colaboraram com 8% da capacidade mundial: 201 Tbps de 2,6 mil Tbps.

Em sua terceira edição, o estudo foi feito pela APCO Insight sob encomenda da Equinix com 2,5 mil líderes de TI na América do Norte, América Latina, Europa e Ásia-Pacífico, entre os dias 1º e 19 de agosto. Na pesquisa divulgada nesta terça-feira, 15, o principal segmento na região latino-americana a investir em interconexão de dados é o setor de conteúdo e mídia digital. Atualmente, este segmento possui 68 Tbps e chegará a 442 Tbps em 2022, uma crescimento medio anual de 59%, representando 31% do total na região.

Na América Latina nota-se uma concentração de 77% do tráfego de interconexão em suas quatro principais áreas metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Cidade do México.

Por setores da indústria, as operadoras serão responsáveis por 68% do total da capacidade de interconexão na região latino-americana.

Mundo

A pesquisa GIX aponta que haverá um crescimento de 51% na capacidade de interconexão, dos atuais 2,6 mil Tbps para 13,3 mil Tbps, o equivalente a uma troca de dados de 53 zettabytes por ano – o suficiente para cada ser humano baixar todos os capítulos de Game of Thrones em resolução UHD em menos de um dia.

Com 20% do total da capacidade de interconexão em 2022 (1,6 mil Tbps), as operadoras de telecomunicações terão crescimento médio anual de 39% até 2022, puxado principalmente pela “criação de novos serviços de negócios digitais e adicionando uma escala de last mile com a tecnologia 5G”. Destacam-se ainda bancos e seguros com CAGR de 66% e 14% de participação sobre o total, além de manufatura (57% de CAGR e 12% de participação) e cloud e serviços de TI (41% de CAGR e 16% de share).

Entenda

A interconexão é uma conectividade multiponto (vários data centers espalhados pelo mundo) otimizada por meio de pontos de troca de tráfego direta e privada entre os usuários e os serviços locais. Antes, a infraestrutura de TI era centralizada com conectividade ponto a ponto restrita e o backhaul do tráfego de usuários limitado a um data center principal.

Para os negócios, a interconexão é um dos pontos vitais para a redução de latência e desenvolvimento de computação na ponta (edge computing), como serviços de streaming e jogos na nuvem, ao trafegar grandes volumes de dados de empresas privadas para seus usuários mundo afora.

Equinix

Como uma das principais provedoras deste tipo de serviço, a Equinix tem data centers interconectados em 52 lugares ao redor do mundo, sendo que 50% do tráfego global da Internet passa pela companhia, com latência abaixo de 5 m/s. No Brasil, a empresa tem dois data centers no Rio de Janeiro (RJ 1 e RJ2) e quatro em São Paulo (SP4, SP3, SP2 e SP1).

Segundo Eduardo Carvalho, gerente geral da Equinix no Brasil, há 1,6 mil clientes da empresa no País (entre globais e locais). Entre eles, empresas como Movile, Foursquare, GE e Agência Estado passaram ou estão em sua carteira.

“Temos clientes de fora sem operação no Brasil. Nós conseguimos atrair provedores de cloud e tráfego. São clientes que formam um ecossistema interessante para a economia local”, disse Carvalho, em conversa recente com Mobile Time. “Por outro lado, provemos a ida de empresas brasileiras para fora. Fornecemos produtos para que empresas globais tenham acesso à rede sem representação local”.