O combate ao desmatamento da Amazônia agora pode contar com a ajuda de uma solução de comunicação entre máquinas (M2M) da Cinterion, divisão da Gemalto. Ela provê conectividade para o Invisible Tracck, um dispositivo capaz de enviar a localização das árvores rastreadas para um servidor central, permitindo o monitoramento remoto de madeira extraída ilegalmente. A solução é instalada de forma camuflada nas árvores monitoradas, enviando notificações de alarme e informações sobre a localização da madeira roubada assim que as árvores ultrapassam uma determinada distância de seu ponto de origem. Além disso, são instaladas câmeras de visão noturna nas árvores próximas a fim de capturar provas visuais das atividades de madeireiras ilegais.

Em junho de 2012, no contexto da Rio+20, a Gemalto e a Cargo Tracck desenvolveram um projeto piloto para chamar a atenção das vantagens da tecnologia M2M no combate ao desmatamento. Desse modo, foram instalados 20 dispositivos em uma fazenda cujo proprietário havia procurado o Ibama com denúncias sobre desmatamento ilegal.  Com o monitoramento e o rastreamento fornecidos pela solução, agentes do Ibama e da Polícia Federal conseguiram desmontar as serrarias receptoras de madeira ilegal. “Apesar do escopo limitado desse projeto piloto, mostramos a eficiência dessa tecnologia. O projeto serviu para mostrar que só a nossa criatividade limita o uso da tecnologia M2M, que tem as mais diversas aplicações”, diz Ramzi Abdine, gerente geral da Cinterion M2M para a Gemalto.  

A despeito dos resultados positivos do projeto piloto não há nenhuma parceria prevista entre o Ibama, a Polícia Federal e as empresas fornecedoras da solução. “Aguardamos o interesse do poder público ou mesmo de proprietários que queiram evitar o desmatamento ilegal em suas terras”, observa o gerente. O dispositivo camuflado nas árvores custa a partir de R$ 150,00 a unidade, mas os custos do projeto envolvem ainda o serviço operacional e de monitoramento. Em grandes áreas, portanto, pode ser considerado uma opção onerosa para os cofres públicos. “Não é um serviço caro se for levada em consideração a importância da floresta amazônica para o mundo”, rebateu Abdine. “Essa tecnologia de rastreamento e monitoramento já amplamente utilizada em transportes e em cargas, por exemplo. Não há razão para mesmo modelo não poder ser aplicado em favor do meio ambiente”, acredita.