Estoques seguram os preços dos smartphones no Brasil, apesar do dólar

O site de comparação de preços Zoom realizou, a pedido de MOBILE TIME, um levantamento para medir o impacto da alta do dólar entre os modelos de smartphones mais buscados pelo consumidor brasileiro em sua plataforma. Foram considerados os 12 modelos mais buscados e a média dos seus menores preços diários ao longo de três períodos: setembro de 2014, dezembro de 2014 e nos 15 primeiros dias de março de 2015. Para contextualizar, em setembro o dólar fechou a R$ 2,45; em dezembro, a R$ 2,66; e agora está R$ 3,23. Ou seja, em seis meses, a moeda norte-americana se valorizou 41% frente ao Real. No levantamento foram considerados apenas os modelos que já existiam há seis meses, de forma a permitir a comparação. Lançamentos como o iPhone 6 e 6 Plus foram descartados.

De acordo com o levantamento, dos 12 modelos analisados, somente o iPhone 5S de 16 GB apresentou agora um preço médio mais alto do que em setembro. Subiu de R$ 1.999,44 para R$ 2.164,85. Trata-se de uma elevação de 8,3%, ou seja, bem abaixo da variação do dólar nesse período. Vale lembrar que, no caso específico do iPhone 5S, a tendência até três meses atrás era de queda no preço, seguindo o caminho tradicional de desvalorização de modelos antigos: a média de seus menores preços em dezembro era de R$ 1.927,58

Todos os outros 11 modelos analisados têm hoje preços menores do que há seis meses. É verdade que quatro deles apresentaram elevação quando comparado com dezembro: Moto E, da Motorola; Lumia 630 e 930, da Microsoft; e Xperia Z2, da Sony (confira a tabela abaixo). Mas isso não se deve ao dólar, mas ao fato de o varejo ter realizado promoções especiais com eles em dezembro por conta do Natal, explica Thiago Flores, diretor executivo do Zoom.

Ou seja, o consumidor brasileiro ainda não sentiu efetivamente o impacto da alta do dólar nos preços dos smartphones mais procurados na Internet. Os fabricantes e os varejistas estão segurando os aumentos enquanto têm estoques ou estão sacrificando parte das suas margens. "Entendemos que os smartphones ainda não sofreram  aumento decorrente da alta do dólar porque o varejo  comprou esses estoques há alguns meses. Temos um aumento do dólar muito grande nos últimos 45 dias e, com isso, prevemos que haverá aumento no preço desses produtos nos próximos meses", comenta o diretor do Zoom.

Na última sexta-feira, MOBILE TIME publicou quatro matérias sobre o tema (veja entre as matérias relacionadas abaixo), com base em entrevistas com fontes de grandes compradores de handsets e a IDC. Um reajuste das tabelas de preços de fabricantes como Samsung e LG é esperado para abril. Acredita-se que evitarão subir os preços dos aparelhos beneficiados pela Lei do Bem, de forma que não ultrapassem o limite de R$ 1,5 mil, e que compenarão em modelos mais caros. Paralelamente, a alta do dólar deve acelerar a morte dos feature phones, pois são todos importados. E a IDC deve rever para baixo a sua projeção de crescimento do mercado brasileiro de smartphones, se mantido esse patamar de dólar a R$ 3,2.

Fonte: Zoom