O WeChat, aplicativo móvel de comunicação social, foi lançado oficialmente no Brasil nesta terça-feira, 16. Desde o seu lançamento na China em 2011, o app acumula mais de 300 milhões de usuários no mundo, e está presente em mais de 150 países.

A versão em português é igual à versão mundial, que tem como principal destaque diversas plataformas integradas, permitindo que os usuários possam enviar mensagens de texto, voz e vídeo. “A nossa meta é revolucionar a comunicação social e tornar o WeChat a principal plataforma desse mercado”, diz Thomas Prufer, representante do WeChat no Brasil.

Além do envio de mensagens de texto, imagens e emoticons, o usuário pode utilizar a ferramenta como um walkie-talkie virtual entre duas pessoas ou mais pelo chat ao vivo, além de poder realizar chamadas de vídeo.  Em um mesmo chat, podem coexistir todos esses tipos de comunicação entre duas ou mais pessoas.

O usuário consegue adicionar seus amigos pela agenda de contatos, leitura de QR codes e ativação de funções de localização. Por QR code, o usuário envia um código por e-mail convidando o amigo a entrar em um chat, e com o próprio app, o amigo lê o código e entra no grupo. A função ‘Olhar ao redor’ encontra outros usuários do WeChat próximas à localização do dispositivo, e na ‘Agitar’, quando o usuário agita seu smartphone, encontra todas as pessoas que também estão agitando seus celulares em todo o mundo, e é possível escolher uma delas para iniciar uma conversa.

Outras funções do WeChat são a criação de contas oficiais de empresas e personalidades que poderão ser seguidas, e a rede social ‘Momentos’, onde é possível compartilhar fotos, links e status. “Queremos que o usuário tenha total controle de sua privacidade, então ele pode escolher com quem quer compartilhar sua foto, por exemplo, seja um post público, apenas para um amigo ou um grupo”, afirma Prufer.

Disponível para os sistemas operacionais iOS, Android, Windows Phone, BlackBerry e Symbian, o WeChat é um aplicativo da chinesa Tencent, empresa de serviços de valor adicionado, plataforma de e-commerce e publicidade online. Na China, onde está a maior parte dos usuários do WeChat (230 milhões de pessoas), o modelo de negócios ainda está sendo definido, e o mesmo se aplica aqui no Brasil. “O processo de monetização ainda não foi definido, não vamos ter publicidade, porque queremos manter a ferramenta limpa, mas pode ser por jogos sociais, pacote de emoticons, pelas contas oficiais, ainda não sabemos. Mas ele é fundamentalmente gratuito para os usuários”,  diz Thomas Prufer.

O WeChat não divulga suas expectativas de usuários no País, mas está investindo bastante em publicidade para lançar o serviço. Um comercial com o jogador de futebol Lionel Messi está sendo veiculado em horário nobre na Rede Globo e SBT, e também estará na Rede Record.

Análise

Os aplicativos de comunicação multimídia ocidentais não estão sozinhos no mercado. Skype, WhatsApp e Viber podem ser os mais conhecidos por aqui, mas uma nova gama de concorrentes orientais começam a cruzar o oceano Pacífico. O WeChat não é o primeiro a fazer isso: alguns meses atrás chegou ao Brasil o sul-coreano KakaoTalk, de extremo sucesso na terra da Samsung.

Diante da suspeita de cooperação entre apps e redes sociais norte-americanas com a agência de espionagem dos EUA, não poderia haver melhor momento para os concorrentes orientais se lançarem na América Latina.