A IA generativa transformou radicalmente o mercado brasileiro de chatbots e voicebots ao longo dos últimos dois anos e procura por projetos come ssa tecnologia está crescendo no país. Isso fica claro nos dados levantados pelo Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots 2025.
Em 2023, primeiro ano em que a IA generativa foi incluída no relatório, 72% dos desenvolvedores de bots no Brasil haviam decidido incorporar essa tecnologia e 60% já haviam experimentado criar bots com ela. O número de robôs em operação no país com IA generativa ainda era pequeno em 2023, mas no ano seguinte deu um salto: a proporção média entre os respondentes da pesquisa era de que 36% dos seus bots em atividade usavam IA generativa em 2024. Esse percentual sobe agora para 44%.
Outro indicador importante é a percepção dos desenvolvedores sobre a demanda dos clientes por bots com IA generativa. Em uma escala de 1 a 5, em que 1 é muito baixa e 5 é muito alta, 49% dos respondentes marcaram 4 ou 5 em 2023. Esse percentual subiu para 64% em 2024. E agora atinge 80%. Em suma: no oceano das soluções de interface conversacional, a IA generativa é uma forte correnteza contra a qual não vale a pena nadar.

Capa do relatório
IA generativa combinada com outras técnicas conversacionais
Entretanto, isso não significa a morte das tecnologias antecessoras. O que se vê, cada vez mais, são projetos que combinam as três formas de interface conversacional: árvore decisória (também conhecida como URA de texto); processamento de linguagem natural; e IA generativa. Dependendo do contexto da jornada, do canal utilizado e/ou da intenção do interlocutor, pode ser melhor uma ou outra técnica, tanto em razão do custo quanto por causa da eficiência. Sim, dependendo do caso de uso, uma solução com árvore decisória pode ser mais eficiente e muito mais barata do que consumir tokens através de IA generativa. A tendência é combinar em um mesmo bot as três tecnologias e usar um orquestrador para identificar em tempo real qual se adequa melhor ao longo da conversa.
A adoção de bots híbridos fica clara quando se pergunta quais dessas tecnologias os desenvolvedores utilizam atualmente. Os percentuais são altos nas três, indicando a combinação delas. 75% utilizam árvore decisória; 84%, PLN; e 91%, IA generativa. No ano anterior, os percentuais eram de 80%, 75% e 88%, respectivamente. Houve portanto uma queda no uso de árvore decisória e um crescimento de PLN e IA generativa, mas as três técnicas são amplamente utilizadas.
Pouco mais da metade (51%) das empresas que trabalham com PLN utilizam um motor próprio, em geral construído acoplando pedaços de motores diversos. DialogFlow, do Google, e Watson, da IBM, são os mais populares no Brasil, dentre as opções disponíveis no mercado.
Em IA generativa, o fornecedor de LLM mais utilizado é a OpenAI, com larga vantagem, apontada por 69% dos desenvolvedores, seguida pelo Google, preferido de 10% do ecossistema. Cabe ressaltar que é comum a construção de bots com múltiplos LLMs, cuja orquestração leva em conta fatores diversos, como custo, acurácia e latência.
O Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots 2025 está disponível para download gratuito em português e em inglês aqui.
A ilustração no alto foi produzida por Mobile Time com IA