A venda de conteúdo móvel de entretenimento para feature phones através do modelo de assinatura segue vivo na América Latina. Para tanto, houve alguns ajustes importantes nos últimos anos. Um deles é a segmentação cada vez maior do conteúdo, de acordo com a demanda do público. Outra mudança é a oferta de download ilimitado enquanto o usuário permanecer assinante, sem mais limitar a uma certa quantidade de créditos. Em alguns casos, são associados sorteios de prêmios rotineiramente, para prolongar a permanência do assinante. Por fim, há uma renovação constante do catálogo.

Essa é a receita adotada pela Zed, uma das maiores agregadoras de conteúdo móvel do mundo. "A receita fica estável se você fizer um trabalho muito bem feito. Cada vez as ofertas são mais dirigidas para públicos específicos. A chave é aumentar a relevância daquilo que entregamos", explica Eduardo Sartori, presidente da Zed para América Latina. O mercado de clubes de assinatura representa cerca de 60% da receita da companhia.

A Zed tem hoje 51 clubes de assinatura diferentes na região, oferecidos em parceria com as operadoras, através de seus portais WAP. Muitos são clubes verticais: um só de vídeos, outro só de games, outros de conteúdo adulto etc. A Zed tem um contrato para administrar o conteúdo white label das operadoras Movistar na América Latina com o modelo de venda avulsa (pay per download). Seu relacionamento próximo com as teles facilita o diálogo para a criação de clubes verticais. "O modelo de assinatura é crítico para todos os agregadores. A venda avulsa é cada vez menor, conforme cresce a penetração de smartphones", explica Sartori.

Presença local

O trabalho de segmentação aliado ao esforço de marketing junto com as operadoras têm ajudado a segurar a receita com assinatura de conteúdo móvel de entretenimento. No caso da Zed, outro fator determinante é a sua presença local em 17 países da América Latina. Isso facilita as negociações com as teles e a busca por conteúdo de relevância para cada país. A empresa tem 135 funcionários próprios espalhados pelos 17 escritórios. "Temos no mínimo três pessoas por país. No Panamá são 30. No México, 20. No Brasil e na Argentina, dez em cada. Temos uma presença relevante na região", detalha o executivo.