Deixada de fora do leilão de sobras realizado em novembro do ano passado, a faixa de 3,5 GHz ainda está sendo avaliada pela Anatel. Estudos técnicos procuram resolver problemas de interferência com aplicações de satélite (banda C): caso consigam identificar e solucionar isso, a banda poderá ser considerada novamente para o serviço móvel pessoal (SMP). De acordo com o gerente geral de espectro, órbita e radiodifusão da agência, Agostinho Linhares, essa etapa de estudos será concluída em dois meses. O período confirma a previsão do conselheiro Rodrigo Zerbone, que em sua análise estipulou a conclusão da área técnica para junho. "Em nível técnico, queremos fazer a apresentação dentro da agência até o final do semestre", declarou ele em conversa com jornalistas nesta segunda, 18, após seminário de 5G na Fiesp, em São Paulo.

Linhares explica que a conferência da União Internacional de Telecomunicações (UIT) em novembro estabeleceu o uso da faixa para sistema móvel internacional de telecomunicações (IMT, na sigla em inglês), já que antes apenas alguns países a adotavam. "Na Anatel estamos fazendo reavaliação da convivência do sistema IMT com aplicações por satélite para avaliar quais condições precisariam ser acrescentadas em uma possível nova regulamentação para garantir a convivência, porque a faixa tem de ser utilizada (no SMP), mas garantida a continuidade dos serviços existentes", declara. Concluídos os estudos e encontrada soluções, a faixa de 3,5 GHz seria considerada novamente para um novo eventual leilão, ainda sem data definida.