A PayPal anunciou um acordo para a aquisição da empresa sueca de mPOS iZettle. De acordo com sites internacionais, a PayPal vai pagar US$ 2,2 bilhões em dinheiro e manterá o atual CEO e cofundador da iZettle, Jacb De Geer, à frente da operação, se reportando ao COO da PayPal, Bill Ready.

As duas empresas têm uma atuação complementar. A PayPal é forte no segmento de carteira digital, particularmente nos EUA, enquanto a iZettle é um player importante para pagamentos presenciais com máquinas de mPOS na Europa e na América Latina. No Brasil, a empresa ficou famosa pela parceria com o Santander, que ajudou a ensinar o brasileiro a utilizar as maquininhas móveis para pagamento com cartão, através de uma campanha na TV.

Vale lembrar que a iZettle estava se preparado para abrir capital na bolsa de Estocolmo. Seu CEO, em carta aberta aos funcionários publicada nesta sexta-feira, 18, escreveu o seguinte: “Como alguns de vocês sabiam, nós estávamos preparando a companhia para um potencial IPO. Mas o planos às vezes mudam. Perto do fim do processo de IPO, a PayPal nos procurou e demonstrou um sério interesse pela iZettle. As conversas com PayPal não são novas. Na verdade, estamos em contato com eles sobre diferentes formas de trabalharmos juntos há anos. Mas dessa vez rapidamente se transformou em uma discussão detalhada sobre como poderíamos nos beneficiar juntando forças. Então percebemos a grande oportunidade que existia em fazer isso.”

Esta é a maior aquisição da história do PayPal, que em 2015 havia comprado a startup de transferência de dinheiro Zoom por US$ 890 milhões e em 2013, a BrainTree por US$ 800 milhões.

Análise

Concorrentes locais do PayPal no Brasil, como PagSeguro e Mercado Pago, já trabalham tanto como carteiras digitais quanto com presença física, através de maquininhas de mPOS. Faltava à PayPal esse braço de pagamento no mundo físico, que a iZettle lhe confere.

Esta é apenas mais uma de uma série de movimentações de consolidação no mercado de pagamentos digitais nos anos recentes e que afetam diretamente o mercado brasileiro. Outra que merece destaque foi a fusão entre SumUp e Payleven. Aliás, este é um player que ainda não está ligado a uma carteira digital.

A PagSeguro, outra concorrente nesse segmento no Brasil, preferiu o IPO e conseguiu movimentar mais de US$ 2 bilhões na Bolsa de Nova Iorque em janeiro deste ano. E a Mercado Pago é um braço importante para a operação do Mercado Livre e dificilmente seria posta à venda.