Fit Anywhere

Pedro Kauffman é CEO e fundador da Fit Anywhere. Foto: divulgação

O rabino Pedro Kauffman enfrentava a balança diariamente. Para ele, o sobrepeso era um incômodo que precisava ser combatido. Assim, optou por juntar duas vontades, a de emagrecer e a de empreender, e montou a empresa Fit Anywhere, que emprestou seu nome ao aplicativo (Android, iOS). Este funciona em parceria com prédios residenciais, empresas,  redes hoteleiras, mas também por meio de assinatura direta com o cliente final (B2C). Desde sua criação, em 2015, o modelo de negócios mudou bastante. A primeira meta era ser um app para uso dentro das academias. Depois, passou a ser oferecido para condomínios, de modo que seus moradores pudessem usar os aparelhos de ginástica nesses locais de forma segura. E, em 2019, a aplicação voltou seu foco para as administradoras de condomínio, em especial. Com a mudança, o Fit Anywhere saltou de 300 para 7 mil condomínios cadastrados em sua plataforma durante a pandemia, com mais de 100 mil downloads.

Em 2019, Kauffman começou a oferecer os serviços da Fit Anywhere nos condomínios e cobrava uma mensalidade de R$ 100 ao condomínio, para que não houvesse impacto financeiro para os moradores. No início da crise sanitária, mudou seu modelo, sem cobrar por um ano. Em julho de 2020, 2 mil condomínios estavam cadastrados em sua base de clientes.

“Mudei completamente o modelo de negócio porque sabia que tinha um produto que poderia salvar vidas. Fazer exercício melhora a vida das pessoas. E, nesse momento, o Fit Anywhere estava integrado em aplicativos de mais de 45 administradoras (de condomínios). Peguei o app que era focado em condomínios com academia dentro deles e mudei tudo. Gravei videoaulas para que os moradores acessassem o app de casa em edifícios sem academia”, resume o rabino empreendedor.

Assim, a solução passou a gerar uma série de conteúdos, com aulas, exercícios físicos, dicas de saúde, receitas low carb, e o acesso foi liberado para todos. Por conta dessa abertura, o empreendedor explica que hoje há condomínios com mais de 600 cadastros e outros com duas ou três pessoas.

Fit Anywhere

O conteúdo produzido ganhou corpo e nome: Fit TV. Em janeiro de 2021, o Fit Anywhere desenvolveu mais um modelo B2B, dessa vez direcionado a empresas, que podem contratar a Fit TV. As companhias pagam um valor mensal, geram um código de acesso e seus colaboradores e cônjuges para usufruir do serviço. Entre os clientes nessa modalidade estão os grupos Haganá e Farma Conde. Atualmente, são mais de 40 mil colaboradores de empresas que podem usar o aplicativo.

A Fit TV pode passar uma programação de segunda a sexta, de 6h às 20h, com aulas variadas. Há também o modelo B2B para esse serviço. Neste caso, é possível comprar ou alugar as videoaulas. Por R$ 4, o usuário aluga uma aula que fica disponível no app por 30 dias. E, por R$ 8, a videoaula é baixada. Há também a contratação do serviço via modelo de assinatura, que pode ser mensal, trimestral e anual, variando de R$ 6,50 e R$ 12 mensais.

O Fit Anywhere também disponibiliza personal trainers, que podem fazer uma teleconsulta com o usuário. No início, o morador do edifício deve explicar ao profissional onde vai treinar e com quais equipamentos e o personal manda um plano de exercício e faz o acompanhamento de forma remota.

Em outubro começaram as consultas remotas com fisioterapeutas, para que o profissional monte uma série de exercícios de reabilitação de condições leves. E até o final do ano o app oferecerá consultas com nutricionistas.

O Fit Anywhere utiliza uma moeda própria, o fit cash. Assim, se um usuário comprou o pacote anual, por exemplo, mas usou apenas três meses, o aplicativo cobrará o valor do trimestre e devolve o restante em fit cash para usar dentro do app. “A ideia é evitar que a pessoa apague o aplicativo. Quero ela comigo. E quero ser amigável. As pessoas desistem no terceiro mês de fazer exercício. É comum essa desistência. Com a moeda virtual, não perco dinheiro, o cliente não perde dinheiro e eu luto para que a pessoa fique comigo por mais tempo. A moeda possibilita gamificar a plataforma e fazer parcerias”, explica Kauffman.