Os grandes modelos de linguagem (LLMs, na sigla em inglês) por trás do serviços de inteligência artificial generativa (IAG) serão especializados e farão parte da vida de todas as pessoas em até cinco anos. É o que acredita Jacson Barros, gerente de negócios da AWS, o segmento de nuvem da Amazon. Em conversa sobre telemedicina e uma parceria com a TopMed nesta segunda-feira, 19, o executivo comentou sobre a importância da IA, mas também sobre os desafios em desenvolvimento de softwares e algoritmos que saiam do mundo teórico.

“Teremos dois grupos de pessoas. Aquelas que consomem as IAs e aquelas que as constroem”, comentou. E aposta em duas abordagens para a IA.

A primeira delas é a criação de LLMs focados, especializados e batizados por ele de “anciões especialistas”.

E a segunda abordagem seria o uso intensivo de dados de modo que a IA seja capaz de fazer correlações entre eles. “A IA pode montar para mim a curva glicêmica da dona Maria”, exemplificou. “No futuro, 40% das rotinas serão feitas por inteligência artificial”, citou.

Mas Barros questionou se os softwares ou as IAGs desenvolvidas estão preparados para esses momentos.

“As pessoas não sabem o que querem com a IA generativa. E trabalhar com essa inteligência artificial é muito mais caro. Quando um projeto é importante, é preciso seguir alguns critérios e se questionar: eu realmente preciso da IAG? Qual o seu valor? Consigo resumir o que preciso em um parágrafo? Se não consigo responder essas perguntas, a IA generativa não é necessária”, disse.

Por isso, o executivo recomenda que aquelas empresas que desejam desenvolver uma IA generativa reflitam primeiro sobre a sua importância, respondam as perguntas acima (entre outras) para, aí sim, fazer o benchmark escalar. “90% dos algoritmos de IA não saíram da bancada e não foram para a parte prática. Na hora que desenvolvo, será que consigo fazer funcionar? A tecnologia tem que caber em uma rotina já estabelecida. Não adianta eu pedir para um médico, abrir uma ou outra aba, clicar aqui e ali e, com isso, mudar o jeito de ele fazer as coisas. As pessoas têm dificuldade em tangibilizar a tecnologia fora do laboratório de testes”, afirmou.

Barros lembrou que a AWS cria metodologias para que as pessoas consigam construir casos de uso, como implementar a jornada de inteligência artificial generativa.