A Motorola aproveitou o lançamento dos smartphones do portfólio E e G para apresentar seus números de mercado. Sergio Buniac, presidente mundial da divisão mobile da companhia, afirmou que suas vendas expandiram 22% no Brasil durante 2017. Um ano antes, a empresa havia crescido 12%, de acordo com dados da IDC.

Para complementar, o presidente apresentou um dado da GFK que aponta a Motorola com 27% da fatia de mercado no País. “Temos mais que o dobro (de fatia do mercado) em relação ao terceiro colocado”, ressaltou o executivo brasileiro.  “Há quatro anos ocupamos a posição número dois no Brasil.”

Além disso, Buniac revelou que, em quatro anos de produção, o Moto G vendeu mais de 30 milhões de aparelhos no Brasil. Frisou ainda que o Brasil é o terceiro principal mercado da Lenovo (em mobile) no mundo, e, portanto, vital para a companhia chinesa.

América Latina

O presidente da Motorola também apresentou números que contemplam toda a região da América Latina. Em sua apresentação, Buniac revelou que as vendas na América Central e no Caribe cresceram 69% em 2017, sendo que Chile e Peru aumentaram 21%; Colômbia teve um incremento de 86%; México, 61%; e Argentina, 112%. No total, o mercado da Motorola na região cresceu 40% no último ano, uma proporção 20 vezes maior do que todo o segmento de smartphones, que cresceu 2%.

 

Concorrência e canais

Em conversa com jornalistas, o presidente da Motorola falou sobre outros temas, como concorrência, canais, portfólio e expectativas para 2018. Sobre a disputa pelo primeiro lugar no mercado de smartphones contra a Samsung, Buniac disse que a companhia lidera em mercados específicos no Brasil, como alguns varejistas e operadoras, mas não pôde revelar seus nomes. Ele sinalizou investimentos pontuais em favor da inovação, com intuito de manter-se forte na disputa.

“Nosso investimento em comunicação é 10% maior nesta campanha do Moto G. Trouxemos o laboratório de fotografia para o Brasil (laboratório de desenvolvimento para melhorar sensores de câmera e softwares). A nossa preocupação não é em qual local vamos chegar. Nossa preocupação é com o cliente e com uma entrega de qualidade. Liderança é uma consequência”, afirmou o presidente mundial da fabricante de smartphones. “No entanto, em muitos canais já somos número um. Em algumas operadoras e varejistas relevantes do mercado nacional também. Já estamos no retrovisor do concorrente”.

O gestor explicou explicou que a maior parte das vendas (aproximadamente 90%) é feita no varejo, enquanto uma pequena parcela (10%) acontece por meio das operadoras. Contudo, Buniac ressalta que, para o resto da América Latina, a lógica é oposta, ou seja, com mais vendas ocorrendo nas operadoras do que nas lojas varejistas.

Portfólio

Em relação ao portfólio, o executivo ressaltou que a ideia é cortar a quantidade de produtos em 20%, além de focar mais a produção de seus handsets no poder ótico (câmera) e menos nos chipsets (processadores). Sobre o Moto G, Buniac explicou que a atualização do portfólio deve manter-se como está, com apresentação de novos produtos entre 7 e 11 meses.

Ainda sobre os produtos, em especial uma possível volta dos smartwatches ou lançamento de outro wearable no portfólio, o executivo foi cético: “95% do nosso movimento está em smartphones. Mas olhamos outras categorias. Temos inovações como Snap. Se pensar o que Snap permite, como módulo de TV Digital, nós temos muito potencial de crescimento. Teremos mais inovação neste ano. O que vai ser? Ainda não podemos falar”.

 

2018

Sobre as expectativas da fabricante e como ela vê o mercado brasileiro e latino-americano, o presidente da Motorola disse que espera um incremento de 2% a 3% nas vendas, similar à prévia da IDC; e um possível aquecimento de vendas após a Copa do Mundo, como revelou a GFK nesta semana durante o Fórum MMA.

“O mercado brasileiro é importante para a gente. Ele vai reagir e já tem respondido. Passamos por isso na Argentina, teve muita gente que foi embora e nós ficamos. Agora estamos colhendo os frutos”, lembrou Buniac. “O mercado vai crescer este ano, mas um crescimento moderado. Porém, o crescimento mais forte do que em 2017 deve acontecer no Chile, por exemplo”.

Por sua vez, José Cardozo, gerente geral da Motorola no Brasil, estimou que o aumento de mercado da Motorola deve manter a toada dos “dois dígitos” em 2018, mas não pôde revelar sua previsão.