Seis em dez designers no Brasil fazem uso da shadow AI, ou seja, utilizam as ferramentas por conta própria no trabalho e sem suporte da empresa. A informação é de um estudo sobre o uso da IA feito pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (Ibpad) com apoio da Môre e divulgado nesta quarta-feira, 19.

A análise foi feita por meio de painel online estratificado (metodologia de estratificação estatística das respostas para representar os perfis do setor) com questionário online que ficou disponível por um mês para receber respostas dos profissionais, além de entrevistas qualitativas e comentários de especialistas.

Com este resultado, os pesquisadores avaliam um cenário de uso da IA amador, desestruturado, com baixo impacto nas entregas aos clientes e arriscado diante das conformidades com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).

Importante dizer que a LGPD é o segundo principal receio dos profissionais com 17% das respostas. Fica atrás apenas das preocupações com autoria, criatividade e veracidade, que contou com 24% das inserções.

Vale lembrar que o tema da veracidade na era da IA ganhou destaque após a edição 2025 do Cannes Lions em junho. A organização do evento retirou prêmios da agência DM9 por manipulação e adulteração em uma campanha da Consul, devido ao uso de ferramentas de IA que induziram o público e os votantes do festival a acreditar em uma mentira. Como resultado, o evento instaurou novas regras para a avaliação das premiações que valem a partir de 2026.

IA no cotidiano

O estudo revela ainda que a maioria dos designers (94%) que atuam no mercado brasileiro já utilizam ferramentas de inteligência artificial em seu cotidiano de trabalho e que dois terços (66%) usam IA diariamente em seu trabalho. Entre as atividades mais comuns que fazem estão:

  • Escrita e revisão, 82%;
  • Ideação e brainstorming , 67%;
  • Pesquisa de referências, 56%;
  • Análise de dados, 55%;
  • Geração de imagens, 48%;
  • Automatização de tarefas, 34%;
  • Prototipagem, 27%;
  • Criar apresentações, 25%;
  • Apoio em codificação e programação, 16%;
  • Geração de vídeos, 10%.

Com perfil majoritário de designers de produtos e serviços, funcionários de empresas privadas e de perfil pleno ou sênior, os profissionais apontaram o ChatGPT como a ferramenta mais usada (89%).

 

Imagem principal: Léo Xavier, Sócio-fundador da Môre, e Jaque Buckstegge, COO do Ibpad (crédito: Rui Alves / divulgação)

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!

E siga o canal do Mobile Time no WhatsApp!