MOBILE TIME destaca abaixo os principais acontecimentos do ano de 2013 na indústria de conteúdo móvel no Brasil e no mundo, devidamente acompanhados de matérias publicadas sobre cada um.

Apps made in Brazil

O governo brasileiro acordou para a importância de se fomentar a indústria nacional de aplicativos móveis. Para tanto, aproveitou a benesse da MP do Bem para exigir que fabricantes de smartphones desonerados incluíssem uma cota de apps brasileiros, começando por cinco títulos em outubro deste ano e chegando a 50 ao fim de 2014. Houve receio de que preferência ficasse com apps de grandes marcas, mas o que se viu, pelo menos nos primeiros títulos escolhidos, foi a predominância de desenvolvedores independentes.

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Banco Central regulamenta o celular como carteira

Em uma iniciativa ainda rara no mundo e inédita na América Latina, o governo brasileiro elaborou a regulamentação para serviços de pagamento móvel, após meses de reuniões de um grupo de trabalho formado por representantes do Banco Central, Ministério das Comunicações e Anatel. O foco está naqueles serviços em que se cria uma conta simplificada virtual, que pode ser gerenciada pelo celular. A regulamentação veio quase que junto com o movimento das operadoras e dos bancos de lançarem esses produtos. Dois pontos importantes: os serviços precisarão ser interoperáveis e ficou estabelecido um limite de R$ 1,5 mil de saldo para cadastramento simplificado das contas (bastará nome e CPF).

Matérias relacionadas: 1) Oi lança Oi Carteira; 2) Zuum divulga projeção de base; 3) Claro e Bradesco lançam seu cartão de débito pré-pago; 4) As regras definidas pelo BC; 5) Mais detalhes sobre as regras; 6) M-wallet será o próximo a ser regulado; 7) Análise da regulamentação

iPhone ganha rivais à altura

Por muitos anos o iPhone foi o modelo preferido de smartphone dos consumidores da classe A. Sua liderança era merecida e inquestionável, em razão da qualidade e da inovação contidas no produto. Virou símbolo de status e objeto de desejo para a classe média. Mas este ano o cenário começou a mudar. Depois do lançamento pouco empolgante do iPhone 5 em 2012, a Apple viu surgir rivais à altura, com destaque para o Galaxy S4, da Samsung, que trouxe uma tela maior, uma câmera melhor e uma série de controles inovadores com gestos. Passou a existir uma polarização entre Apple e Samsung, refletida na publicidade das duas marcas, na guerra judicial por patentes e na mídia em geral. Correndo por fora, Sony, Motorola e LG também lançaram aparelhos top de linha que não deixam nada a desejar aos concorrentes mais famosos, vide Z1, Moto X e G2, respectivamente.

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Vestido para se conectar

A indústria móvel é pródiga em criar de tempos em tempos novas necessidades para os consumidores. Depois da febre dos tablets, uma nova moda se anunciou neste ano: os "wearable devices", acessórios conectados para se vestir, em uma tradução livre. São relógios, pulseiras, capacetes de moto e, talvez o exemplo mais emblemático, os óculos do Google. Trata-se de um mercado ainda embrionário, mesmo em países desenvolvidos, mas que aportou no Brasil no segundo semestre com os relógios da Samsung e da Sony. Para os desenvolvedores, é um promissor terreno a ser explorado, haja vista que serão necessários apps para esses devices e é esperado o surgimento de lojas de aplicativos dedicadas a eles. E já existe quem fale em publicidade nessas novas telas.

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Smartphones tomam a dianteira

Em 2013, pela primeira vez, foram vendidos mais smartphones que feature phones no Brasil e também no mundo. Entre as razões para esse sucesso estão o barateamento dos aparelhos, especialmente aqueles com sistema operacional Android, cujos preços despencaram em 12 meses. Agora há modelos abaixo de R$ 300, por exemplo. No Brasil houve ainda a contribuição da chamada MP do Bem, que suspendeu a cobrança de PIS e Cofins para os smartphones 3G produzidos no País com preço final de até R$ 1,5 mil.

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O gostinho do 4G

O brasileiro conheceu em 2013 a quarta geração (4G) de telefonia celular. Atendendo a uma exigência da Anatel, as quatro maiores operadoras móveis brasileiras lançaram comercialmente no primeiro semestre suas redes com tecnologia LTE nas cidades-sede da Copa das Confederações. Em vez de cobrar a mais pela velocidade em si, a maioria optou por criar pacotes com franquias de dados maiores, variando de 2 GB a 40 GB. A cobertura de algumas ainda deixa a desejar, mas quem experimenta o 4G consegue navegar em velocidades cerca de dez vezes maiores que aquelas do 3G. Junto com as redes chegaram também os primeiros smartphones compatíveis com o 4G brasileiro, de marcas como Nokia, Samsung, LG, Motorola, Sony e, mais recentemente, Apple (com os novos iPhones lançados em novembro). Mais de meio milhão de aparelhos 4G já foram vendidos no País.

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Nokisoft ou Microkia

A aquisição da divisão de handsets da Nokia pela Microsoft era especulada desde que a fabricante finlandesa optara pelo sistema operacional Windows Phone. Em 2013, os rumores se tornaram realidade. A expectativa agora é de que o Windows Phone se fortaleça como a terceira via, dentre as plataformas móveis, competindo com Android e iOS. A dúvida é como ficará a estratégia para a família Asha, de smartphones de entrada, que em 2013 ganhou um OS homônimo desenvolvido pela Nokia.

Apps investem em mídia de massa

Desenvolvedores móveis estão acostumados a divulgar seus apps dentro de outros apps, através de adnetworks, ou então em redes sociais. Este ano, no Brasil, alguns deles foram bem mais ousados em seu planejamento de marketing. Pela primeira vez foram vistos comerciais na TV aberta e fechada promovendo aplicativos independentes (leia-se: sem envolvimento de operadoras). Foi o caso dos apps de bate-papo Line e WeChat. Este último, de origem chinesa, foi além: contratou como garotos-propaganda os jogadores Messi e Neymar. A brasileira Movile também decidiu se aventurar na mídia de massa e pôs no ar no canal Discovery Kids um comercial do seu app infantil PlayKids.

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As manifestações conectadas

As manifestações populares ocorridas em junho no Brasil foram as primeiras de grande porte desde o impeachment de Fernando Collor e também as primeiras a serem realizadas com presença massiva de smartphones nas mãos do povo. O resultado foi uma impressionante produção de vídeos e fotos distribuídos rapidamente pelas redes celulares para sites como Facebook e YouTube. Coletivos de mídia independente surgiram ao longo do movimento e tiraram proveito da novidade tecnológica, realizando transmissões ao vivo em streaming dos acontecimentos. Graças a esse uso da tecnologia pela mídia independente, diversos abusos policiais foram revelados, despertando intensa discussão e reflexão na sociedade.

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Combate ao SMS pirata

Organizados em torno do MEF (Mobile Entertainment Forum), integradores de SMS homologados nas operadoras realizaram um intenso trabalho de denúncia de empresas que provêm o chamado "SMS pirata", seja com chipeiras ou com rotas internacionais. Foram descobertos contratos de grandes corporações e órgãos públicos com empresas que não são homologadas para a prestação de SMS corporativo. Uma importante vitória no fim do ano foi a redução, por parte das teles, do preço do SMS para fins de marketing, o que deve provocar um golpe significativo no mercado pirata.

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