Depois do Rdio, mais um serviço internacional de streaming de música prepara sua entrada no Brasil e com planos de fechar parceria com uma operadora móvel local: trata-se do francês Deezer, que hoje conta com mais de 20 milhões de ouvintes no mundo todo, dos quais 1,5 milhão assinam sua versão paga. "Chegaremos dentro de poucos meses ao Brasil. Teremos um escritório local com seis pessoas. Estamos em processo de contratação do nosso country manager no Brasil", revela o diretor de negócios internacionais do Deezer, Laurent Billion, em entrevista por telefone a MOBILE TIME. "Somos uma empresa global. E estar na América Latina significa estar no Brasil. Acompanhamos o mercado brasileiro de mobilidade e apostamos na sua evolução", explica o executivo.

As negociações para a parceria com uma operadora móvel brasileira estão em andamento, informa Billion, mas seu nome ainda não pode ser revelado. Considerando que a Oi está com o Rdio, que a Vivo tem o Sonora como parte do mesmo grupo controlador, que a Claro lançou seu próprio serviço de streaming recentemente em toda a América Latina com o iMúsica, a opção mais plausível é a TIM. Vale lembrar que a operadora de capital italiano tem uma loja de música própria, chamada TIM Music Store, mas que não oferece streaming no momento. Billion, contudo, ressalta que o lançamento no Brasil não depende do acordo com uma operadora local e que acontecerá mesmo se a parceria não for fechada.

Na França, o Deezer tem uma parceria com a operadora móvel Orange. O executivo esclarece que o serviço não é limitado aos assinantes da tele. Estes recebem algumas vantagens, como pagamento na fatura telefônica.

Conteúdo local

O Deezer possui mais de 18 milhões de músicas em seu catálogo. Segundo o diretor, o escritório local terá a função de angariar conteúdo brasileiro para o seu acervo, de preferência com contratos de licenciamento mundial, ou seja, para que os artistas daqui possam ser ouvidos pelos usuários do serviço no mundo inteiro. "O Brasil é música. E música é Brasil", resume o diretor da empresa. "Em todo o lugar que operamos fazemos um trabalho editorial forte de busca por novos talentos. Procuramos fazer parte do ecossistema musical local", explica Billion.

Modelo de negócios

O serviço é oferecido de três maneiras. A primeira é de graça, pela web, com inserção de publicidade entre as músicas. A segunda é paga, mas limitada à web, sem publicidade. E a terceira, mais cara, está disponível para acesso via web e dispositivos móveis, através de aplicativos para iOS,Android e BlackBerry. Essa terceira opção inclui a sincronização de músicas com o aparelho para que sejam escutadas "off-line", da mesma forma que o Rdio faz.

Análise

Com a popularização dos smartphones e a evolução das redes móveis no Brasil, a oferta de streaming de música para celulares tornou-se viável por aqui. Além de Rdio, Sonora e Deezer, foram lançados recentemente no Brasil o espanhol Biit e o brasileiro Somm. Circulam rumores sobre o interesse do sueco Spotify e do norte-americano Muve de lançarem operação no País, mas, procuradas por este noticiário, nenhuma das duas empresas quis comentar o assunto por enquanto.