O mercado de robôs de atendimento com a inteligência artificial agêntica deve caminhar para um modelo de negócios baseado em resultado e no sucesso do cliente. É o que acredita Ken Diamond, CEO da Escale. No painel de abertura do Super Bots Experience 2025, evento organizado por Mobile Time em São Paulo, nesta terça-feira, 21, o executivo afirmou que o business model estará atrelado ao tipo de empreendimento do cliente.
Apesar de ver que a inteligência artificial agêntica não está sendo adotada em larga escala, Diamond acredita que o próximo modelo de negócio envolvendo a tecnologia será a contratação por resultados: “Nos baseamos em sermos bons vendedores. Achamos que esse tipo de proposta faz sentido para os clientes”, disse.
“Se vendermos bem, vamos ser bem remunerados. O que fazemos hoje é que o modelo de sucesso será o futuro e dividimos os riscos juntos”, disse o CEO da Escale, ressaltando que o modelo de cobrança por usuário seguirá importante.
‘IA não é mais software. É job’

O CEO e fundador da ColmeIA, José Caodaglio (crédito: Galeria Marcos Mesquita/Mobile Time)
Por sua vez, Roberto Oliveira, CEO da Blip, afirmou que precificação é uma ciência. Em sua visão, quanto mais alinhado o modelo de negócios for com o negócio do cliente, melhor para ambos os lados.
Apesar de ter um business model definido, baseado em engajamento e mensagens, o executivo contou que tem casos de uso em revenue share e outcame-base, ou seja, um compartilhamento da receita com base no alcance de resultados e/ou metas mensuráveis. Com isso, a dinâmica pode mudar do atual modelo de Software as a Service (SaaS) para resultados.
“O que está claro é que o mercado (de inteligência artificial) agora não é mais de software. É o mercado do job. Em outras palavras, todo trabalho poderá ser automatizado. Isso inclui substituir os SaaS e a maioria das pessoas, para um mercado que equivale US$ 10 trilhões de receita e não US$ 1,5 trilhão que é a indústria de software hoje”, disse Oliveira.
Transparência e métricas em inteligência artificial

Roberto Oliveira, CEO da Blip (crédito: Galeria Marcos Mesquita/Mobile Time)
José Caodaglio, CEO e fundador da ColmeIA, acredita que o modelo de negócios para agentes de IA “não deve ter mágica” e que a contratação precisa ser simples. No caso de sua empresa, a oferta é de autosserviço e, com isso, os clientes podem fazer os controles e definir o quanto podem gastar: “Fundamentalmente, eu (ColmeIA) sou um provedor de uma plataforma cujo o core dela é: você (cliente) faz e não precisa de profissional especializado. Tenho uma área de suporte profissional, mas ela não tem meta de negócio”.
Desse modo, Oliveira, da Blip, reforçou que a questão é definir se a provedora de tecnologia oferecerá plataforma ou insumo. Mas afirmou que a conversa esbarra na falta de transparência do resultado e na definição de métricas. Por isso, sua empresa tem trabalhado em como mostrar ao cliente os ganhos com inteligência artificial.
“Temos um projeto dentro da Blip que a gente chama de GDP, que é tentar calcular o produto interno bruto do que entregamos para cada um dos clientes. Quanto que vale um atendimento automatizado? Quanto vale uma venda? Quanto vale um aumento da taxa de conversão? No fundo, a conta que fazemos é mostrar se estamos deixando muito dinheiro na mesa ou se conseguimos capturar”, detalhou Oliveira.
O CEO da Blip enxerga ainda que uma empresa de tecnologia deveria conseguir capturar “entre 20 e 25% do resultado entregue com sua solução”.
Super Bots Experience 2025
Evento organizado por Mobile Time, o Super Bots Experience acontece nesta quinta-feira, 21, e na sexta, 22, no WTC, em São Paulo. Na sexta, haverá painéis sobre o marco legal de inteligência artificial, com a participação de especialistas sobre o tema; empresas de setores diversos debaterão as vantagens e desvantagens de cada estratégia de posicionamento móvel para relacionamento com seus clientes; entre outros.
Entre as empresas participantes do evento nesta sexta estão DMA, Claro, Vivo, Nio, Blip, ElevenLabs, iFood, Bemobi, Inter, Itaú, Magie, entre tantas outras.
A agenda completa e mais informações estão disponíveis em www.botsexperience.com.br.
Imagem principal: CEO da Escale, Ken Diamond (crédito: Galeria Marcos Mesquita/Mobile Time)