O São Paulo anunciou nesta terça-feira (21), no MorumBis, que terá uma Corporate Venture Builder (CVB), mecanismo em que uma empresa já consolidada se envolve na criação e desenvolvimento de novos empreendimentos. A CVB, chamada de Inova.São Ventures, é resultado de uma parceria do clube com a empresa de investimentos especializada em venture builder, FCJ Group, e a Sportheca, desenvolvedora de startups focadas em esporte.

A iniciativa pretende atrair ao menos 50 startups que passarão a ser produtos do clube. O foco será em empresas com inovações voltadas a performance e desempenho de atletas, smart stadium, experiência do cliente/fun engagement, e novos negócios a partir do clube, como Turistechs e Traveltechs. Em termos tecnológicos, isso englobaria inteligência artificial, realidade aumentada ou virtual, healthtechs, gamificação e serviços integrados. 

Segundo estudo da Global Startup Network, mencionado por Wagner Kojo, chefe de estratégia FCJ, apenas 1,5% das startups chegam ao nível de captação de Serie A, enquanto dentro do CVB, esse índice sobe para 60%.

Sem dinheiro

A CVB pretende captar R$ 11,6 milhões nos próximos cinco anos por meio do crowdfunding, em três etapas, contando com investimento de pessoas físicas e jurídicas. Ainda não há a definição de como o clube receberá o retorno financeiro sobre a mais valia das startups, se será por royalties ou propriedade intelectual quando a startup sair do hub. Por outro lado, o São Paulo recebe um valor pelo uso de sua marca e sua estrutura para o desenvolvimento das empresas.

“Todo o montante levantado com o Inova.São será totalmente destinado para o desenvolvimento do hub de inovação, já que o clube é uma associação e pode ser sócio de empresa”, explicou Kojo.

Até 2030, o São Paulo quer se tornar o clube mais inovador da América Latina, contando com uma movimentação financeira de R$ 90 milhões por meio das startups. 

Inscrição e seleção

As empresas interessadas em fazerem parte da CVB precisarão se candidatar no site da JCF. Com base nisso, um comitê composto por membros do São Paulo e FCJ, além de especialistas da área de atuação da startup, avaliarão sua entrada. Segundo Paulo Justino, CEO da JCF, a ideia é incluir empresas que já têm faturamento e que validaram suas teses.

A iniciativa do Tricolor não é uma novidade no universo futebolístico. Na Europa, a prática é comum, com destaque para equipes como Barcelona (Espanha), Bayern de Munique (Alemanha) e Manchester City (Inglaterra). 

José Guilherme Oliver, head de inovação do São Paulo, afirma que o projeto vem sendo estruturado há um ano e meio no clube. “Hoje, o que está diferenciando o futebol lá fora é a tecnologia. Ela acaba sendo um importante suporte na tomada de decisão”, afirmou.

 

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