Em apenas um mês, a Moovit cresceu de seis para 16 cidades atendidas graças à presença permanente da empresa israelense de mapeamento de transporte público no Brasil. Com a contratação do country manager da companhia, Pedro Palhares, o serviço agora está disponível em Bauru (SP), Belo Horizonte, Campinas (SP), Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Itajaí (SC), João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. E a meta é de chegar a todas as capitais até o final deste ano, aumentando para as 40 maiores cidades até 2015. Hoje, 1,2 milhão de pessoas usam o Moovit no Brasil.

"Não havia ninguém trabalhando no País, era o pessoal de Israel que vinha fazer relacionamento com as prefeituras, agências e operadores, mas é difícil fazer negócio quando você está com seis horas à frente no fuso", afirma Palhares.  O executivo, que era funcionário da secretaria de transportes do Rio de Janeiro, foi contratado pelo presidente da Moovit, Omar Téllez, e começou a buscar informações sobre as rotas de ônibus, trem e metrô para abastecer o aplicativo. "Fui buscar contato com prefeituras e secretarias de transporte para colher dados, e tivemos bastante sucesso com as cidades-sede da Copa", diz, ressaltando que ainda falta Salvador para completar essa etapa.

Em Brasília e João Pessoa, o serviço começou usando como base de dados as informações da própria comunidade, embora a agência do Distrito Federal, a DFTrans, tenha procurado a empresa em seguida. Palhares destaca ainda o exemplo do Recife, onde a secretaria de transportes se entusiasmou com a ideia do Moovit e implantou em uma semana o serviço. "O diretor de transportes achou legal e botou equipe no nosso editor; eles consertaram tudo que estava errado nas rotas que tinham e, em sete dias, Recife ficou pronto, redondinho. Foi bem rápido", afirma.

Das 16 cidades, apenas Rio de Janeiro e São Paulo possuem frotas com GPS instalados para repasse de informações para o serviço. O country manager da empresa diz que está buscando obter esse tipo de dado também nas cidades de Goiânia, Belo Horizonte e no Recife. Mas a negociação nem sempre é fácil. "A cultura do empresariado é que ele é prestador de serviço, mas é meio que dono da linha e não quer abrir para a concorrente não ficar sabendo o transporte, o fluxo de passageiros… Mas já está acabando a cultura do feudo, de pouquinho a pouquinho eles percebem que, quando o Moovit está disponível, a percepção de transporte público melhora, porque é melhor ter alguma informação do que nenhuma", justifica.

A Moovit, que recebeu em dezembro uma injeção de capital da empresa de investimentos Sequoia no valor de US$ 28 milhões, está presente em 34 países e em mais de 200 cidades. Pedro Palhares foi palestrante no painel de Big Data no universo móvel no segundo dia do 13º Tela Viva Móvel nesta quinta-feira, 22, em São Paulo.