A Positivo Tecnologia apresentou seu planejamento para os próximos quatro anos. Nele, a principal diretriz é a consolidação de sua estratégia traçada em 2018 cuja estratégia consiste na diversificação do portfólio, algo que passa pela ampliação dos produtos (B2C e B2B) e expansão das ofertas em serviços e soluções integradas (HaaS e SaaS, por exemplo), em especial no segmento corporativo.

“Estamos em um momento muito legal de diversificação (de portfólio e receita). Temos a estrutura para sustentar esse crescimento. Definimos nove avenidas de crescimento cinco anos atrás (linhas de inovação da empresa) e entregamos todas”, disse Helio Rotenberg, presidente da empresa. “Veja, nós não abandonamos consumer (B2C), vamos continuar crescendo e investindo. Mas vamos expandir nossa presença no segmento corporativo”, completou.

Em junho de 2023, a companhia tem 70% de sua receita de R$ 895 milhões no segmento de infraestrutura, 24% em consumo e 6% em serviços e soluções integrados. Rotenberg acredita que esse mix de receita pode ter crescimento em consumo chegando próximo de 30% do total de faturamento e serviços alcançando até 20% no futuro.

As a Service em tudo

VP de negócios corporativos da Positivo, Rodrigo Guercio (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Segundo Rodrigo Guercio, vice-presidente de negócios corporativos da Positivo, a companhia foca seu futuro em integrar as ofertas de hardware (HaaS), software (SaaS) e plataforma (PaaS), ou seja, uma oferta one stop shop de: servidores; smartphones; tablets; PCs; softwares; e serviços.

Essa estratégia é baseada em quatro “megatendências” que a Positivo mira até 2027, como explicou Guercio: trabalho flexível com o local de trabalho digital e moderno; nuvem híbrida, com serviços e suporte para soluções de hiperconectividade híbrida; transformação digital via unidade dedicada; e ESG com produtos e serviços tecnológicos em consumo de CO² (zero carbon, no original em inglês).

Rota corporativa

Hélio Rotenberg, presidente da Positivo (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Atualmente a companhia tem mais de 1 mil clientes atendidos do “topo da pirâmide”, explicou Guercio. Dessas 1 mil empresas, 60% assinaram contratos em formato ‘as a service’. Ao mesmo tempo, o VP afirmou que há espaço para crescer com outras 3 mil empresas no radar. Suas maquininhas de pagamento da Quantum estão em seis dos oito maiores adquirentes, como Cielo e Stone. A ampliação dessa oferta será focada em subadquirentes. No segmento de serviços tech, a Positivo serve os dois dos maiores bancos privados do Brasil.

A companhia enfatiza ainda que possui mais de 3,8 mil revendas ativas com mais de 2,5 mil CNPJs faturados nos últimos 12 meses, e é líder no segmento de servers High End (IA, ML, computação de alta performance), algo que estava restrito ao mercado de grandes empresas e pesquisa.

“Temos uma capilaridade muito boa no Brasil. Temos sólida capacidade de engenharia. Cinco unidades fabris, entendemos o ecossistema mundial. Temos escritórios há mais de 20 anos em Taiwan e Shenzhen. Temos escala e uma marca forte. Esse arcabouço todo faz com que estejamos com possibilidade de crescer”, completou Rotenberg.

M&A

Hélio Rotenberg, presidente da Positivo (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Para alcançar esse patamar e crescer nessas verticais, Rotenberg reconhece que existe a possibilidade de M&A, em especial no segmento que chamam de mercados adjacentes em serviços (HaaS, serviços gerenciados, projetos e consultoria de TI). Atualmente, esse segmento gera R$ 38 bilhões de um mercado endereçável (TAM) de R$ 44 bilhões que a Positivo quer alcançar em serviços. Se somar com os R$ 73 bilhões do mercado de hardware (IoT, handsets, tablets, por exemplo), a companhia tem um TAM de R$ 117 bilhões em mira.