Em 2022, 1.619 empresas de médio e grande portes usavam inteligência artificial em seus processos, o que representava 16,9% do total. Dois anos depois, houve um salto de 163%, passando para 4.261, representando 42% das empresas brasileiras com 100 ou mais pessoas ocupadas, segundo a Pesquisa Pintec Semestral. O estudo apresenta os indicadores temáticos sobre o uso de tecnologias digitais avançadas, teletrabalho e cibersegurança referentes a 2024, e é realizada pelo IBGE em parceria com ABDI e UFRJ.

Entre as companhias com mais de 500 funcionários, 57,5% delas usam IA. O percentual diminui conforme o tamanho das empresas. Entre 250 e 499 colaboradores, 42.5% delas usam a tecnologia e, entre as empresas de 100 a 249 pessoas ocupadas, a proporção é de 45,2%

Os dados refletem a grande expansão do uso das ferramentas de IA generativa nos últimos anos, como o ChatGPT, lançado em novembro de 2022.

“Esse período teve realmente uma difusão maior da IA generativa”, disse Flávio José Peixoto, gerente de pesquisas temáticas do IBGE, em conversa com a imprensa.

A pesquisa analisou cinco áreas dentro das empresas: administração, comercialização, desenvolvimento de produtos, produção e logística. Em 2024, as áreas que mais utilizaram inteligência artificial foram: administração (87,9%), que registrou aumento de mais de 14 p.p. em comparação com 2022, quando 73,8% das desse setor usava IA; em seguida foi a comercialização, que chegou a 75,2% no ano passado, enquanto estava em 65,1% em 2022; desenvolvimento de produto também registrou incremento, chegando a 73,1% no ano passado contra 65,9% em 2022.

No entanto, na área de produção, houve queda nos percentuais. Em 2024, 52% dos setores de produção das empresas usaram IA, enquanto, em 2022, 56,4%.

“A inteligência artificial foi a tecnologia que teve o maior crescimento. Por área, a gente vê esse crescimento, exceto na produção, que cai. No entanto, essa queda é em números percentuais. Em 2022, 913 empresas utilizaram a inteligência artificial na produção. E, em 2024, foram 2.217. Ou seja, houve um aumento em termos absolutos”, explica Flávio José Peixoto, do IBGE.

Entre as principais atividades das empresas que mais usaram IA, destaque para aquelas de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos (72,3%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (59,3%), produtos químicos (58%).

Já entre as indústrias que menos utilizaram inteligência artificial foram: fumo (22,9%); couro (20,7%) e manutenção, reparação e instalação de M&E (19,2%).

O IBGE também observou que o uso da IA sozinha, sem a combinação das outras tecnologias avaliadas na pesquisa (big data, computação em nuvem, inteligência artificial, internet das coisas, manufatura aditiva e robótica), tem um percentual pequeno (2,3%). Porém, a combinação de IA mais uma dessas tecnologias já aumenta para 16,8%; para mais duas, sobe para 27,8%; para IA e mais três tecnologias, o percentual vai para 25,7%.

IBGE investiga uso de outras tecnologias

A Pintec também investigou outras cinco tecnologias digitais avançadas: computação em nuvem, internet das coisas, big data, manufatura aditiva (impressora 3D) e robótica.

Em 2024, 89,1% das indústrias utilizaram pelo menos uma das tecnologias (inclusive IA), um incremento de 4,2 p.p em relação a 2022.

A computação em nuvem (77,.2%) teve a maior proporção de uso; seguido por internet das coisas (50,3%) e a inteligência artificial (41,9%).

Entre os fatores que mais dificultaram a adoção dessas tecnologias estão os altos custos de soluções (78,6%) e falta de pessoal qualificado nas empresas (54,2%). Essas proporções, contudo, encolheram na comparação com 2022, quando estavam em 80,8% e 54,6%, respectivamente.

Teletrabalho

A adoção da modalidade de teletrabalho entre as empresas com 100 colaboradores ou mais apresentou queda de 4,8 p.p., passando para 43% das empresas ante 47,8% de 2022.

Apesar da redução, alguns setores das empresas se valem do home office em peso, como administração (94,6%), comercialização (85%) e desenvolvimento de projetos (66,4%). Segundo dados da Pintec, quanto maior o número de funcionários, maior é a adesão ao teletrabalho.

Cibersegurança

Com relação à cibersegurança, tema também abordado pelo estudo, 85,7% das empresas utilizaram medidas de segurança digital em 2024, um crescimento ante 2022, quando chegou a 82,5%.

Entre as medidas, a mais frequente foi a de uso de antivírus (98,4%), seguida por controle de acesso à rede (95,7%), atualização de software (95,3%) e backup de dados em dispositivo separado (94,9%).

Em contrapartida, campanhas educativas e/ou treinamento de funcionários foi a medida menos adotata em 2024 (55,9%), seguida por avaliação de risco e testes de segurança 66,7%).

Metodologia

O universo da pesquisa é composto por aproximadamente 10.167 médias e grandes empresas no Brasil. Os resultados são calculados a partir de uma amostragem probabilística com 1.731 empresas.

 

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