Google; Alpha Global

Campus do Google. Foto: Divulgação

Semanas depois de anunciar o sindicato de trabalhadores do Google nos Estados Unidos, funcionários da Alphabet em todo o mundo anunciam uma aliança sindical internacional. O sindicato inclui a união de 10 países: Estados Unidos, Suíça, Irlanda, Reino Unido, Itália, Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Suécia e Bélgica. A coalizão recém-formada, chamada Alpha Global, é composta por 13 sindicatos desses países.

O anúncio vem semanas depois que trabalhadores nos EUA e Canadá lançaram o Alphabet Workers Union (AWU), um sindicato minoritário afiliado ao Communications Workers of America. A AWU cresceu de 230 membros para mais de 700 dentro de uma semana após seu lançamento.

A Alpha Global, foi formada em coordenação com a UNI Global Union, a federação sindical global que reúne 20 milhões de trabalhadores de vários setores da economia de serviços, incluindo informações, comunicações e tecnologia, e serviços (ICTS). Entre seus filiados estão os colaboradores da Amazon.

“Queremos ver um mundo em que a Alphabet respeite os direitos humanos e trabalhistas em suas operações globais e cadeia de suprimentos. Essa meta nunca foi mais importante do que agora”, escreveram os organizadores do sindicato em uma declaração conjunta.

O texto continua e afirma que a Alphabet é criadora de desigualdades, palco de casos de assédio sexual e opressão de minorias sexuais e pessoas de cor. “É um lugar onde muitos trabalhadores vieram para mudar o mundo – para torná-lo mais democrático – apenas para encontrar a Alphabet suprimindo o discurso e reprimindo a organização dos trabalhadores enquanto consolidava o poder monopolista”. O texto segue e diz que os trabalhadores do Google, unidos, podem vencer esses percalços e cita como exemplo, como os trabalhadores forçaram a empresa a estabelecer um conjunto de princípios sobre inteligência artificial. “Os trabalhadores fizeram a empresa parar de usar a arbitragem forçada, muitas vezes para encobrir o assédio sexual e outros abusos.”

A estrutura permite que a AWU inclua contratados temporários do Google, bem como funcionários em tempo integral, mas também significa que o sindicato não é atualmente reconhecido pelo National Labor Relations Board e não pode forçar a administração do Google a negociar.

Por outro lado, a Alpha Global ganhará poder unindo funcionários da empresa em diferentes países. A coalizão não terá um acordo legalmente vinculante com o Google, pelo menos neste início. No futuro, pode tentar pressionar o Google a assinar um acordo de neutralidade – um contrato que força o Google a apoiar tentativas de sindicalização.

Agora que é pública, a Alpha Global elegerá um comitê diretor, que pode incluir funcionários do Google e organizadores sindicais.

Os organizadores da Alpha Global dizem que planejam lidar com questões nacionais, como o tratamento de moderadores de conteúdo em certos países, bem como questões internacionais, como trabalhadores sendo forçados a assinar acordos de sigilo.