A Orange e a Telefónica estão aproveitando o primeiro dia do Mobile World Congress, nesta segunda-feira, 25, para apresentar uma solução de transferência e portabilidade de dados dos usuários. A solução foi tema do discurso do presidente do conselho e CEO da operadora espanhola, José Maria Alvaréz Palette López, na abertura do evento.

Palette López explicou que a solução permite a transferência de dados pessoais entre usuários da Telefónica para a Orange e foi baseada no grupo de trabalho de Data Portability Cooperation da GSMA, que conta ainda com Deutsche Telekom e a Oliver Wyman.

Em entrevista a Mobile Time, Mercedes Jimenez, diretora do grupo de referência e de quarta plataforma da Telefónica, explicou que a ideia da solução é dar “transparência e acesso” aos dados para os seus assinantes de uma forma mais amigável, ou seja, não precisa baixar um e-mail com um arquivo com linguagem difícil de entender ou ficar horas no call center.

“Nós estivemos trabalhando com essas operadoras para padronizar a troca de informações e também a portabilidade. Mas queremos atrair mais operadoras para esse projeto”, disse Jimenez. “Essa solução vai ao encontro com as normativas do GDPR (lei de proteção de dados da Europa) e melhora o relacionamento com o consumidor, pois ela é fácil de usar”.

Na solução, ainda em prova de conceito, o usuário pode pedir todas as informações que a Telefónica tem sobre si via Aura, a plataforma de inteligência artificial da operadora. Nela, a pessoa vê os dados por meio de um painel e pode escolher quais dados deseja, como consumo com linha móvel e gastos financeiros. Os dados são mensais e podem ser baixados em um PDF. Além disso, o consumidor pode pedir a portabilidade de dados e escolher quais informações serão enviadas para a outra operadora (no caso, a Orange).

Jimenez explicou ainda que o consumidor poderá inclusive pedir isso por comando de voz. Como por exemplo: “Aura, vou mudar de país. Envie meus dados para a Orange na França” e a transferência de dados será realizada. Quando perguntada sobre a disponibilidade desta solução para os seus usuários, a executiva disse que pretendem fazer “o quanto antes”, mas ainda depende de outras avaliações. Mas garantiu que o primeiro parceiro será a Orange.

Pedro Gil Morales, head de capabilities da Telefónica no grupo de referência e quarta plataforma, frisou que é preciso um trabalho de “segurança e confiança” entre as operadoras para ter essa solução nas mãos do cliente.

Sobre o Brasil, que tem uma lei similar à GDPR, a LGPD, a diretora da operadora afirmou que a solução pode chegar ao País, uma vez que o trabalho de transferência de soluções dentro do grupo é feito de forma ágil: “Nós criamos, aprovamos e instalamos, sempre com base na lei local.”