Com a greve dos caminhoneiros, o Waze detectou um aumento de 235% de usuários que buscaram por postos de gasolina  pelo app na Grande São Paulo. A comparação foi feita com os mesmos dias na semana passada. A falta de combustível é a principal consequência da crise, o que levou a cidade de São Paulo a declarar estado de emergência e o Rio de Janeiro, estágio de atenção.

Do lado dos motoristas de caminhão, a ampla adesão pôde ser vista através de dados da Getrak, uma empresa de Internet das Coisas que trabalha com rastreamento de caminhões e rotas em todo o Brasil. A startup informou que, dos 180 mil caminhões monitorados, o rastreamento da última quinta-feira, 24, indicava apenas 5% do tráfego diário normal. Ou seja, apenas 5% dos caminhões monitorados pela companhia estavam nas estradas, sendo que muitos estão em protesto. Porém, a quantidade de caminhões nas estradas subiu para 15% nesta sexta-feira, 25, o que demonstra um começo de desmobilização da categoria.

Impacto nas empresas

Nesta sexta, Mobile Time procurou empresas de transporte de passageiros, de logística e de delivery para entender suas visões e o impacto que a paralisação dos motoristas de caminhões – e de outras categorias como motoboys e motoristas de vans – está causando em seus negócios.

Transportes

A 99 disse não haver impacto na operação de táxis e corridas particulares, mas não abriu números. A companhia criou uma rádio via YouTube para auxiliar seus motoristas com informações sobre trânsito e postos com vendas de combustíveis. As informações coletadas são recebidas via WhatsApp e veiculadas no programa capitaneado por dois profissionais da companhia. Informações de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Salvador, Brasília e Belo Horizonte serão veiculadas no programa que estará no ar entre 16h e 20h desta sexta.

A Easy (ex-Easy Táxi) respondeu que “apoia a liberdade de expressão e reforça que somente apoia movimentos pacíficos”, repudiando qualquer uso de violência como forma de protesto.  A companhia não quis divulgar os dados de corridas, se aumentaram ou diminuíram neste período.

Por sua vez, a Uber disse que a operação está normal e, inclusive, em um dos dias desta fatídica semana a tarifa foi menor em São Paulo. O Táxi.Rio disse que não sentiu mudança no movimento e também não apresentou números.

Delivery e logística

O iFood disse que tudo está “funcionando normalmente”. E que a frota de entregadores – que suporta iFood e Spoon Rocket – está “trabalhando normalmente” e que estão atuando para que o “menor número possível de pessoas” seja afetado neste momento. Mas também não revelou se houve mudanças na quantidade de entregas nesta semana. Rappi, Loggi e Mandaê não quiseram se manifestar. James Delivery não respondeu até o fechamento desta reportagem.