A retirada de produtos com a bandeira dos Estados Confederados do Sul dos Estados Unidos começa a atingir o universo dos dispositivos móveis. Depois de Sears, Amazon, Walmart e eBay, agora é a vez da Apple cortar relações com o símbolo derrotado na Guerra Civil norte-americana de sua loja online, a App Store.

A Apple publicou nesta quinta-feira, 25, uma nova diretriz para desenvolvedores dos apps. Nela, a empresa informa que os aplicativos com ofensas religiosas, culturais e étnicas serão rejeitados.

Desenvolvedores de aplicativos relataram em seguida, na rede social Reddit, que seus apps com "Dixie" – como é conhecido o símbolo – haviam sido retirados da loja. Em um dos posts, uma pessoa relata que 14 jogos de um estúdio saíram da App Store por expor a bandeira.

Em nota enviada ao site Buzzfeed, a companhia confirmou que está removendo jogos e aplicativos que utilizam a bandeira de modo "ofensivo" e não está removendo aqueles com referência "educacional ou histórica".

Entenda o caso

A retirada dos produtos de lojas surgiu com uma nova discussão nos EUA, se a bandeira é um símbolo racista. Na história, a bandeira representava os Estados Confederados do Sul (Alabama, Carolina do Sul, Mississipi, Flórida, Geórgia, Louisiana e Texas) que defendiam a escravidão. Eles foram derrotados pelos Yankees (Norte), a favor da abolição, durante a Guerra da Secessão, que ocorreu entre 1861 e 1865.

O tema voltou ao noticiário norte-americano após um tiroteio em uma igreja na cidade de Charleston, Massachussets. Nove pessoas afro-americanas foram mortas em um crime de ódio racial, conforme confessado pelo próprio assassino. Um dia após o massacre, todas as bandeiras na Carolina do Sul foram baixadas a meio mastro, exceto a dos Confederados na Assembleia Legislativa Estadual, o que causou revolta em parte da população.