A Oi e a Huawei assinaram uma parceria estratégica para que a fornecedora chinesa atue na reestruturação operacional prevista no plano de recuperação judicial da operadora, incluindo foco na expansão da rede de fibra ótica e aumento na cobertura móvel com dados. Segundo anúncio da tele nesta quarta-feira, 25, o acordo faz parte da negociação de novos contratos para sustentar o projeto estruturante. Assim, a Oi implanta um novo modelo de negócio baseado em eficiência operacional com consolidação de fornecedores por tecnologia e/ou região para a implantação da infraestrutura de fibra até a residência (FTTH), que permite levar ambos os serviços de banda larga e IPTV, esperando aumentar a infraestrutura ótica gradualmente a mais de 20 milhões de residências atualmente cobertas pela rede fixa da empresa.

A ideia é potencializar o novo modelo de negócios com novos contratos. A Oi investirá em um formato “just in time”, evitando a construção de infraestrutura ociosa para atender com maior precisão a demanda por banda larga mais robusta. A operadora já está implantando esse tipo de operação em “alguns municípios”, mas quer acelerar agora com a expansão da rede. Estrategicamente, a tele quer modernizar não apenas a rede FTTH, mas também a infraestrutura móvel para ampliar capacidade de serviços em LTE-Advanced (chamado comercialmente de 4,5G) com a redução gradual das tecnologias 2G e 3G para deixar a rede “preparada para a implantação do 5G quando esta tecnologia estiver disponível no país” e também para a Internet das Coisas.

Por conta da modernização focada na demanda de dados, a Oi planeja a ampliação de “robustez” do backbone de 100 GB e de equipamentos na rede de acesso, que compõem a arquitetura single edge. O projeto também quer maior eficiência operacional com a uniformização de fornecedor para gerar ganhos de eficiência por meio da otimização do uso de todas as frequências da rede móvel – ou seja, entre outras medidas, ampliar o refarming de faixas para o LTE. Também espera contribuição para redução de custos, uma vez que “a concentração dos equipamentos em uma única empresa torna menor a infraestrutura necessária para a operação em cada área”.

Os novos contratos preveem a conclusão dos projetos em até cinco anos, podendo ser antecipados. Os processos de transformação da rede da Oi já vêm sendo realizados com recursos previstos no orçamento deste ano – a empresa implantou FTTH nos municípios fluminenses de Duque de Caxias e Cabo Frio, além das cidades mineiras de Pouso Alegre e Divinópolis. “Os projetos serão intensificados com os recursos provenientes do aumento de capital de R$ 4 bilhões, que a companhia pretende realizar em dinheiro novo, conforme previsto no plano de recuperação judicial aprovado em assembleia de credores e homologado pela Justiça”, diz a operadora em comunicado. “Os investimentos seguirão o planejamento desenhado no plano de recuperação judicial.”

A formalização do acordo foi feita com assinatura na sede da Huawei, em Shenzhen, na China. Estiveram presentes ao ato o presidente da Oi, Eurico Teles, acompanhado do presidente do conselho de administração, José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha; o diretor de operações, José Claudio Moreira Gonçalves; o diretor de engenharia, André Ituassu; e o diretor de suprimentos, Marcello Cunha. Da parte da Huawei, estavam o chairman, Liang Hua; o vice-presidente global de redes wireless, Zhou Yuefeng; o vice-presidente global de redes fixas, Wei Feng; o presidente para América Latina, Zhou Zhilei; o presidente da Huawei Brasil, Yao Wei; o presidente da área de operadoras do braço brasileiro, Derrick Sun; o vice-diretor da conta da Oi, Wesley Wang; e a relações públicas da companhia, Lídia Quanling. No comunicado, a Huawei afirmou ter interesse no desenvolvimento econômico do País e diz conectar “mais de dois terços da população brasileira” por meio de seus equipamentos e serviços.

“Este projeto estruturante é parte do nosso plano de recuperação judicial. A partir dele esperamos poder levar fibra ótica à casa dos clientes em diversos pontos país e passar a atuar de forma mais agressiva neste mercado, além de ampliar e modernizar a cobertura e a rede móveis. Esse movimento representa mais um avanço na implementação do plano de investimentos previsto no plano negociado com os credores. Estamos atendendo às prioridades estabelecidas no plano de recuperação judicial da Oi”, afirmou Teles, em comunicado enviado por email a este noticiário.