Ilustração: Cecilia Marins/Mobile Time

A controladora do Google, Alphabet, registrou uma queda de 26% no lucro líquido no terceiro trimestre, totalizando US$ 14 bilhões. Um ano antes havia lucrado US$ 19 bilhões. O lucro operacional foi de US$ 17 bilhões, também um recuo de 20% contra US$ 21 bilhões do terceiro trimestre de 2021.

Ruth Porat, CFO da empresa, explicou que o resultado é um reflexo de um aumento de obstáculos no câmbio do dólar ante outras moedas, se comparado com 2021. Relatou ainda que esse impacto é mais forte em lucro operacional que receita, pois a maior parte dos esforços de pesquisa e desenvolvimento ocorrem nos Estados Unidos.

Com isso, Sundar Pichai, CEO da companhia, disse que a companhia está “afinando” o negócio. O executivo confirmou que “a quantidade de profissionais no quarto trimestre será menor que o terceiro trimestre: “Tempos como esse são esclarecedores. Seguindo para 2023, nós vamos focar naquilo que é mais importante para a companhia. Para suportar o nosso crescimento, nós vamos investindo responsavelmente no longo-prazo, devido ao atual cenário macroeconômico”, disse Pichai.

A companhia saltou de 150 mil funcionários para 186 mil na comparação ano a ano.

Por sua vez, a receita da Alphabet registrou alta de 6%, de US$ 65 bilhões para US$ 69 bilhões. Pichai afirmou que o resultado foi puxado pela receita de cloud (US$ 7 bilhões) e serviços (US$ 61 bilhões). Sem os problemas financeiros com câmbio, o faturamento do Google teria crescido 11%.

A receita das Américas, excluindo Estados Unidos, teve um incremento de 8% com US$ 4 bilhões contra US$ 3,7 bilhões do terceiro trimestre de 2021.

Publicidade

Capítulo à parte que trouxe preocupação ao mercado nos últimos relatórios financeiros, a publicidade do Google teve um aumento de 3% ao passar de US$ 53 bilhões para US$ 54,5 bilhões na comparação ano a ano. Contudo, o YouTube Ads recuou de US$ 7,2 bilhões para US$ 7 bilhões e o Google Network (ad network) caiu de US$ 8 bilhões para US$ 7,8 bilhões, queda de 2% em ambos. O que compensou foi a publicidade na busca do Google, que cresceu 4% com US$ 40 bilhões contra US$ 38 bilhões de um ano antes.

Phillipp Schindler, CBO da Alphabet, confirmou que houve retirada de investimento de investimentos de publicidade de empresas seguros, empréstimos, hipotecas e criptomoedas: “Não há dúvida que estamos operando em um ambiente de incertezas. E os nossos clientes, pequenos e grandes, continuam sendo testados, em diferentes formas que dependem do local que cada um está no mundo”.

“Em tempos difíceis como esses, os publicitários são cuidadosos em avaliar a eficiência de seus orçamentos. A busca [do Google] vai bem nesse tipo de ambiente, devido à sua forte forma de medir e entrega de retorno sobre o investimento. E é bem adaptável à mudança de consumo do usuário”, completou.