A TIM promete sacudir o mercado de música digital no celular. A operadora firmou parceria com a norte-americana Muve para lançar no Brasil um serviço de download ilimitado de músicas, batizado de TIM Music. Os clientes da operadora poderão baixar e escutar quantas faixas quiserem usando como interface um aplicativo móvel, inicialmente disponível para smartphones Android. Neste momento o serviço está em "soft launch": os assinantes da TIM podem baixar o app na Google Play e testar o TIM Music de graça nesta primeira fase. É esperado um lançamento comercial nas próximas semanas. Levando em consideração a estratégia comercial da TIM nos últimos anos com a oferta de serviços ilimitados com cobrança por dia de uso (no caso do pré-pago) ou por mês de uso (no pós-pago), é provável que se adote o mesmo modelo para o TIM Music. Um indício de que este será o caminho está nos termos de uso do app, onde está escrito que "o serviço somente é cobrado mediante utilização, isto é, na realização de um download ou execução do conteúdo". Se confirmado, será o primeiro serviço de conteúdo móvel a adotar essa forma de cobrança no mercado brasileiro. Em geral, os conteúdos são vendidos a la carte ou por meio de assinatura semanal ou mensal, que é cobrada mesmo quando o usuário não utiliza o serviço. A TIM prefere não adiantar detalhes antes do lançamento oficial.

O aplicativo do TIM Music por enquanto está restrito a alguns modelos de smartphones, a saber: Samsung Galaxy S III, Samsung Galaxy S III Mini, Samsung Galaxy S II Lite, Samsung Galaxy Pocket, Samsung Galaxy Y, Samsung Galaxy Ace, Samsung Galaxy Y Duos e Motorola Razr I. Provavelmente são os terminais em que a operadora já concluiu os testes de conformidade com sua rede e identificação do assinante. O serviço funcionará exclusivamente para clientes dos planos Liberty (pós-pago) e Infinity (pré-pago) da TIM. O primeiro acesso do usuário ao serviço precisa ser feito através da rede da operadora, e não por Wi-Fi, para que a TIM possa identificá-lo e liberar o acesso.

MOBILE TIME baixou e testou o aplicativo em um Galaxy S III. A identificação do assinante é feita de forma automática, sem necessidade de receber senha por SMS ou informar o número do telefone, algo ainda pouco comum em apps de teles no Brasil, mas que deve ser uma tendência daqui em diante. Ao contrário de outros serviços ilimitados de música, como Deezer e Rdio, o TIM Music não funciona por streaming, mas por download controlado. O usuário pode baixar quantas músicas quiser e elas ficam armazenadas dentro do aplicativo. Não é possível acessá-las pelo player comum do smartphone, muito menos transferi-las para outros devices. A reprodução é feita através de um player dentro do aplicativo. A vantagem do download é permitir a audição offline, ou seja, mesmo sem sinal da rede. É possível baixar faixa por faixa ou álbuns inteiros de uma vez.

O app está integrado ao Shazam, serviço de identificação de músicas. Uma vez reconhecida uma faixa que esteja tocando no ambiente onde se encontra o usuário, o app sugere o seu download, caso conste do catálogo. O acervo parece vasto, mas em seu teste MOBILE TIME notou a falta de alguns artistas e álbuns que são encontrados nos catálogos de Deezer e Rdio, como a banda de rock canadense Arcade Fire.

Muve

A Muve, parceira da TIM nesse serviço, tem uma experiência de sucesso nos EUA, onde fornece a plataforma de música da operadora móvel virtual Cricket Wireless. Lá, o download ilimitado de músicas é oferecido como parte de um pacote único com voz, dados e SMS ilimitados. É uma forma da Cricket se diferenciar das concorrentes. De acordo com o site Billboard, a Muve alcançou a marca de 1,4 milhão de assinantes nos Estados Unidos no mês passado, o que representa cerca de 25% da base da Cricket.

Análise

A chegada da Muve ao Brasil é parte de um movimento generalizado de aporte ao país de serviços de música digital ilimitada. O pioneiro foi o Rdio, em parceria com a Oi, um ano e meio atrás. Mais recentemente foi a vez do francês Deezer, sem parceria com nenhuma tele. E o Spotify é esperado para os próximos meses, já que abriu nove vagas para seu escritório em São Paulo. No seu caso, a aposta é de que lance o serviço sozinho ou busque uma parceria com a Vivo (única grande operadora sem uma oferta do gênero). A Claro tem o Ideias Musik, fornecido pela Imúsica.

Tela Viva Móvel

Em sua 12ª edição, o Tela Viva Móvel terá um painel para discutir o mercado de streaming de música no Brasil. Estão confirmados entre os painelistas Mathieu Le Roux, diretor geral da Deezer para América Latina, e Paulo Lima, CEO da Imúsica. O Tela Viva Móvel acontecerá nos dias 16 e 17 de maio, no centro de convenções Frei Caneca, em São Paulo. O evento é organizado pela Converge Comunicações, grupo editorial responsável por MOBILE TIME. Para maiores informações sobre o Tela Viva Móvel, acesse www.telavivamovel.com.br