O 5G é um dos temas mais quentes na telefonia móvel atualmente. No entanto, para José Otero, diretor da 4G Americas para América Latina e Caribe, o setor de telecomunicações ainda precisa passar por desafios antes de adotar essa tecnologia a partir de 2020, ano que deve ser lançada comercialmente.

A atualização da infraestrutura e a regulação do espectro são os temas que devem ser discutidos antes, tanto no Brasil quanto em outros países das Américas. “A situação atual, em 2015, do espectro no Brasil é similar àquela do Chile, México, Nicarágua e de outros países da América Latina”, disse o executivo. “Para um mercado como o México falta espectro para se desenvolver, por exemplo”.

Por outro lado, Otero crê em oportunidades como: crescimento do interesse das operadoras de telefonia móvel; melhorias da rede dados móveis com emancipação de sistemas de eHealth, eGoverment e eLearning; e a utilização do 5G como principal meio de acesso à internet de alta velocidade e novas aplicações.

Crescimento do 4G

Com um olho no 4G e outro no 5G, a 4G Americas apontou que o crescimento das assinaturas de LTE está sendo muito mais rápido em relação aos padrões anteriores, 3G e 2G. “O crescimento das assinaturas de LTE têm sido muito mais rápido na América Latina, em comparação WCDMA e GSM”, disse Otero, durante o primeiro dia de abertura do Futurecom, evento que discute os próximos passos das telecomunicações, que acontece em São Paulo nesta semana. “O Brasil já representa 50% das assinaturas do setor. Mas além do Brasil, a Argentina passa por um crescimento rápido do LTE”, completa.

Caribe

Outro tema citado no workshop da 4G, foi o futuro das TICs nas regiões mais pobres da América Latina, como o Caribe e Cuba. Ignacio Perrone, consultor sênior da Frost & Sullivan, disse que é necessário tratar cada ilha com o devido destaque.

“Nós tratamos a América Latina como uma região homogênea, mas há muitas diferenças. No Caribe, por exemplo, a renda per capita é baixa, cada ilha é diferente”, disse Perrone. A diretora da Convergencia Research, Marina Rodríguez, recordou que o mercado ainda deve aguardar para abertura do mercado cubano, que vem preparando-se para entrada de TICs em seu país.