A SumUp e a payleven, duas das maiores empresas de mPOS do mundo, anunciaram uma fusão global. Por enquanto as duas operações seguem em paralelo, mas aos poucos vão se integrar. A longo prazo vai prevalecer a marca SumUp. Juntas, as duas empresas atuam em cerca de 15 países da Europa e das Américas. O executivo Daniel Klein, fundador e CEO da SumUp, será o CEO global da empresa resultante da fusão. E Konstantin Wolff, que comandava a payleven, passará a ser o CMO.

No Brasil, a combinação de ambas vai gerar uma companhia com 260 mil clientes e mais de R$ 1 bilhão em transações por ano, tendo como base os números de março anualizados. As empresas estimam que juntas se tornam o terceiro maior facilitador de pagamentos do País, somando online e offline, atrás de PagSeguro e de MercadoPaggo. Aqui a companhia terá dois co-CEOs: Adriana Barbosa e Igor Marchesini, que lideravam até então a payleven e a SumUp, respectivamente, no País. Os dois conversaram com MOBILE TIME nesta quarta-feira, 27, sobre a fusão.

"Desde o começo da SumUp quisemos criar uma marca global de aceitação de pagamentos eletrônicos com foco no pequeno varejo. Mas sabemos que payment é negócio de escala, ainda mais no segmento em que atuamos, do pequeno varejo, que tem margem apertada etc. Por isso, a gente vinha namorando com a payleven há muito tempo, desde o meio do ano passado. Há uma sinergia de valores entre as duas empresas", relata Marchesini. O executivo entende que as duas companhias têm qualidades que se complementam: a força comercial da payleven e o desenvolvimento próprio de hardware e software da SumUp.

Em um primeiro momento, nada muda para os clientes de ambas. Taxas, condições de pagamento, máquinas de mPOS: tudo segue igual por enquanto, como operações separadas. A integração no Brasil será feita gradativamente. Há uma preocupação de não destruir valor. A ideia agora é analisar a fundo os dois portfólios de produtos e decidir em conjunto como será a combinação de ambos. "Queremos trazer o melhor dos dois mundos para os clientes. Mas não precisamos fazer isso (a integração) com urgência. Não queremos deixar dinheiro na mesa ou perder clientes para os competidores", explica Barbosa. O processo deve levar entre três e doze meses, avaliam.

As máquinas de mPOS de ambas seguirão funcionando normalmente. No futuro, provavelmente as máquinas atuais da payleven serão integradas ao core de pagamento da SumUp. Ainda não está decidido, contudo, qual modelo de aparelho vai prevalecer no País. O da SumUp foi desenvolvido pela própria empresa, o que significa uma vantagem econômica na Europa, onde é fabricado, mas nem tanto no Brasil, por causa dos custos de importação. O aparelho da payleven é feito por terceiros, com produção na Zona Franca de Manaus.

Equipes

Os dois co-CEOs no País vão dividir as responsabilidades. Barbosa ficará encarregada das áreas de marketing, comercial, produto e tecnologia, enquanto Marchesini cuidará de relações institucionais, operações, finanças e outras operações na América do Sul.

As duas empresas somam hoje 150 funcionários. Como ambas vêm crescendo rapidamente, a um ritmo de 10% ao mês, não haverá demissões. Onde houver redundância de funções, o empregado será realocado em alguma vaga que esteja em aberto. A perspectiva é chegar ao fim do ano com 190 funcionários. O atual escritório da SumUp em São Paulo será ampliado e servirá de sede para a empresa resultante da fusão, recebendo os atuais empregados da payleven.