O uso beacons para localização e comunicação em ambientes fechados entre varejistas e seus consumidores ainda não decolou no Brasil, mas deve ganhar um impulso com a adoção de novas tecnologias, como o padrão Eddystone, criado pelo Google, e o Bluetooth 5, cujo lançamento mundial é esperado para a virada deste ano. A opinião é da diretora global de gestão de produtos da Zebra Technologies, Sunalini Sankhavaram, cuja empresa já instalou mais de 30 mil beacons ao redor do mundo.

Segundo a executiva, os beacons tem um custo total de posse (TCO, na sigla em inglês) mais baixo que outras tecnologias quando analisados projetos fim a fim, que englobem não apenas a comunicação entre lojas e seus clientes, mas também a análise dos dados coletados para aperfeiçoar as promoções e até mesmo a organização dos protudos nos corredores e prateleiras. "O Bluetooth Low Energy (BLE) é uma das soluções mais baratas para comunicação indoor", garante.

A comunicação por beacons tem duas limitações: as pessoas precisam estar com o Bluetooth ligado, o que nem sempre acontece por conta de ecomomia de bateria; e é necessário ter um aplicativo do lojista instalado no smartphone para receber notificações. Sobre o primeiro ponto, a executiva pondera que isso está mudando gradativamente, pois muitos smartphones já vêm com o Bluetooth ligado por default e, além disso, as pessoas estão se acostumando a usá-lo em casa e dentro do carro, para ouvir música ou receber chamadas enquanto dirigem. A questão do app, por outro lado, tem uma vantagem, que é a garantia de comunicação somente com pessoas que desejam ter uma interação com aquela marca, pois instalaram seu aplicativo. De qualquer forma, um caminho para lojistas cujo app ainda não é muito popular seria adotar o padrão Eddystone, que utiliza o Chrome para a comunicação entre o smartphone e o beacon, enviando notificações com links URL, que podem, por exemplo, estimular justamente a instalação do aplicativo. A Zebra já integra o Eddystone em sua solução de beacons, a plataforma mPact.

A chegada do Bluetooth 5 também contribuirá para a disseminação dos beacons, pois terá o dobro de velocidade e alcance quatro vezes maior que o padrão atual. "Dependemos da disponiblidade de chipsets com Bluetooth 5. Isso deve demorar mais uns nove meses. É preciso compatibilidade entre sensores e smartphones. Assim que houver, vamos usar essa tecnologia", disse a executiva.