As quatro maiores operadoras – Claro, Oi, TIM e Vivo – uniram esforços para auxiliar os trabalhos das equipes de busca e resgate após o rompimento de barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), ocorrido na última sexta-feira, 25. De forma inédita, as teles estão fazendo roaming entre si para que uma empresa possa utilizar a rede da outra na região da tragédia. Além disso, equipes de plantão das teles estão no local para auxiliar na prestação dos serviços e garantir sua continuidade.

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) confirmou as operações integradas de todas as torres da região “de todas as operadoras, de forma a permitir a comunicação de qualquer terminal móvel em qualquer torre e otimizar a comunicação das equipes de resgate”. A entidade diz que há um reforço de cobertura no local com o aumento de capacidade das antenas instaladas e envio de novas antenas para serviço móvel.

Em nota separada, a Algar Telecom afirmou que não possui ERB no raio de 20 km de Brumadinho, mas declarou que fechou parceria com a Oi para garantir conectividade de clientes que estejam em trânsito na região. Empresas de satélite também se mobilizaram para cooperar com as equipes

Além disso, geradores movidos a combustível também estão sendo acionados para garantir o funcionamento desses sites onde o fornecimento de energia foi cortado. O SindiTelebrasil diz que os geradores estão sendo reabastecidos, quando necessário, por equipes de plantão das empresas – estas, por sua vez, também instalaram geradores adicionais.

Fornecedores de equipamentos estão trabalhando com as teles, inclusive também com o envio de equipes à cidade mineira. A Huawei confirmou estar trabalhando em conjunto com todas as operadoras desde sábado com as ações, colocando seu próprio time de emergência à disposição e “provendo apoio proativo”. Além do trabalho de recuperação e compartilhamento da rede, a companhia ainda colocou à disposição das equipes de resgate a solução de emergência de eLTE, tecnologia também utilizada para aplicações de segurança pública.

O SindiTelebrasil também destaca que as teles estão oferecendo chips e aparelhos celulares. Segundo fontes próximas ao assunto, estuda-se a liberação do uso dos terminais pré-pagos na região.

Localização

A entidade esclarece ainda que as prestadoras apresentarão relação de assinantes e números de telefones conectados às ERBs próximas à Mina de Córrego Feijão, onde ocorreu a tragédia. Essas informações foram solicitadas pela União, através da AGU, que formalizou o pedido à Justiça de Minas Gerais para que as operadoras tivessem respaldo legal para fornecer as informações. Com isso, esperam poder auxiliar na identificação e localização de vítimas.

(Colaboraram Samuel Possebon e Henrique Julião)