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O AliExpress (Android, iOS) pretende trazer para o Brasil tendências da China em marketplace atreladas ao conceito de mobile-first. Sem revelar datas, Yan Di, country manager da varejista no Brasil, disse que sua empresa tem em seu cronograma a ideia de ofertar aos clientes: comércio online com produtos de lojas de bairro (new retail), produtos customizados, vídeos ao vivo de comércio eletrônico e oferta de produtos com base em dados anonimizados.

New retail

Um desses conceitos é o new retail do Alibaba, controladora do AliExpress, que consiste em criar uma cobertura em alta densidade de pequenos estabelecimentos comerciais de bairro em um raio de 3 km, disponibilizando seus estoques no mundo digital. Desse modo é possível atender a demanda do usuário em produtos de baixo custo, mas que eram caros para entrega, como alimentos. Por outro lado, como está próximo, a entrega é mais rápida para o consumidor.

“Vamos trazer isso (new retail) para o Brasil. Queremos ir para o offline, mas não podemos revelar quando. Só que a nossa entrada não será como um player offline”, explicou o executivo.

Customização

Outra frente de inovação é o consumer-to-manufacturer (‘CTM’ ou consumidor ao fabricante, na tradução livre para o português). Neste conceito, os marketplaces do Alibaba – como o AliExpress – captam insights e dados do consumidor, processando-os e entregando-os para o fabricante criar produtos customizados com rapidez. De acordo com Di, o CTM pode reduzir um pedido de camisetas de 1000 para 100, por exemplo. “Isso pode ajudar o empreendedorismo brasileiro. Nós vamos abrir a nossa porta para que os empreendedores (pequenos e grandes) possam analisar os dados”, completou Di.

Dados e comércio ao vivo

Outras duas tendências em desenvolvimento são: o window shopping, que oferta produtos ao usuário com base em dados anônimos; e o live commerce, uma espécie de show de vendas com o comerciante ou influenciador apresentando produtos em transmissão de vídeo ao vivo.

Na China, o comércio ao vivo representa atualmente 10% do e-commerce, com US$ 157 bilhões, e deve chegar a 20% no próximo ano. A maioria dessas transmissões são feita por handsets, uma vez que permite ao comerciante vender “qualquer coisa em qualquer lugar”. No Brasil, esse tipo de transmissão começará a partir de 11 de novembro, data especial para o comércio chinês, com influenciadores digitais e ação de marketing dentro do reality show da TV Record, ‘A Fazenda’.

Pandemia e expectativas

O country manager do AliExpress falou também sobre o impacto da pandemia do novo coronavírus e as expectativas que têm sobre o varejo brasileiro até o final de 2020. Na condição de representante do principal e-commerce de produtos importados e quinto maior varejista do Brasil, Di explicou que o varejo inteiro sofreu impacto. Embora o comércio eletrônico tenha crescido 37% no primeiro semestre do ano, ele estima que o varejo  recuará entre 10,5% no pior cenário e 5,4% no melhor cenário, na comparação entre 2019 e 2020. Ainda assim, o executivo mantém-se otimista para o futuro: “Acredito que a economia se recuperará, em especial com a chegada de uma vacina”, afirmou. “Temos uma postura bem otimista para o futuro brasileiro (no e-commerce). Minimamente, o Brasil tem potencial de crescimento de sete vezes à frente. Depois da pandemia, nós acreditamos que o comportamento de consumo online crescerá. Isso aconteceu com o SARS na China em 2003. O usuário percebe que o online traz mais benefícios”.

O AliExpress registrou crescimento de 130% em vendas em algumas categorias no Brasil. Um exemplo citado foi a webcam, que cresceu 38%. Por outro lado, Di explicou que houve queda em produtos outdoor, como drones.