Unifique

Jair Francisco é diretor de mercado da Unifique. Foto: divulgação

[Matéria atualizada em 28/10/21, às 23h para alterar porcentagens de clientes] O consórcio 5G Sul, parceria entre União Copel (Paraná) e Unifique (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), entregou na quarta-feira, 28, os envelopes para disputar o bloco regional do 3,5 GHz em suas localidades. Em conversa com Mobile Time, Jair Francisco, diretor de mercado da Unifique, empresa de rede fixa, explica que a ideia é expandir no segmento móvel e na aquisição de novos clientes.

Francisco não abre se o consórcio estaria interessado em outras frequências, mas afirma que o 3,5 GHz, caso vençam o leilão, será utilizado para a expansão de sua área móvel, já iniciada com uma operadora móvel virtual (MVNO, na sigla em inglês), projeto que começou no segundo semestre de 2020. A Fique Móvel foi desenvolvida em parceria com a MHNET Telecom e está diretamente ligada à rede da Telefônica/Vivo. Se vencerem o leilão, a estratégia é expandir e criar a própria operadora.

De acordo com Francisco, a MVNO foi uma “introdução de portfólio” para aprender sobre o core tecnológico de telefone móvel, de modo a ajudar a viabilizar a rede móvel de quinta geração dentro do prazo. Ou seja, a estratégia da empresa era não correr riscos em atrasar os prazos estipulados pelo leilão.

“O 5G é uma célula de telefonia móvel, mas que precisa ser conectada a uma rede de fibra. Entre as obrigações do leilão, não basta colocar as antenas: tem que ter investimentos e compromissos que incluam a infraestrutura nas cidades. Já estamos nas cidades pequenas com infra de rede de fibra ótica. E as chances de prestarmos um serviço de qualidade no sul é maior do que qualquer outra operadora possa fazer aqui”, diz o executivo, referindo-se à constante busca da empresa por qualidade e o reconhecimento dos bons serviços prestados. Não à toa, o NPS da Unifique está em 62 – algo raro para uma empresa de telecomunicações – e pretende chegar a 80.

Vale dizer que, segundo os estudos da empresa, Rio Grande do Sul e Santa Catarina possuem cerca de 21 milhões de usuários de telefonia móvel, um mercado que o consórcio quer atingir com o 5G.

Fornecedores

Com relação aos fornecedores de infraestrutura 5G, Jair Francisco, diretor de mercado da Unifique, está otimista de que este setor cresça e se flexibilize. A empresa já começou seus estudos, mas ainda não lançou as RFPs (Requests for Proposals, ou os pedidos de propostas). “Já estamos estudando, sim (fornecedores). Não há tantas opções, mas o cenário de fornecimento de equipamentos deve se flexibilizar bastante e os investimentos devem baixar”, espera o executivo.

História, mercado e números

A Unifique nasceu em 1997, nos tempos de acesso à Internet discada. A empresa passou por toda a evolução do mercado – do discado para DSL, de lá para rede de rádio própria e depois para a fibra ótica. O mercado é a região sul do País – começaram em Santa Catarina e expandiram aos poucos para diferentes municípios da região, concentrando-se na aquisição de clientes pessoa jurídica.

Em 2017, passaram a atender também residências. “Cada quilômetro de rede própria tem um valor mínimo, por isso começamos nas maiores cidades. Expandir a rede de fibra é caro e toma tempo para levar às pequenas cidades”, diz o executivo. Naquela época, 70% de seus clientes eram empresas.

Atualmente, os números se inverteram. 76% do faturamento vêm do segmento pessoa física e 24% de pessoa jurídica. E, em sua carteira de clientes, estão mais de 50% das grandes empresas de Santa Catarina.

A previsão é de que a Unifique encerre o ano com 490 mil clientes e, para 2022, a meta é alcançar 950 mil. Para isso, poderá contar com os clientes de telefonia móvel.

“Com certeza, o 5G para nós é uma seleção de oportunidades. As que são visíveis, de agora, e as que nem são ainda”, diz Francisco. “Se ganharmos o edital também teremos muitas outras vantagens e poderemos implantar mais serviços para os nossos negócios”, completa.