|Mobile Time Latinoamérica| O neobanco Nu está vivendo na Colômbia um dos crescimentos mais acelerados de toda a sua história. É o que afirma Santiago Matamoros, diretor de produto da Nu Colômbia, em entrevista ao Mobile Time Latinoamérica. Segundo ele, o país não apenas igualou o ritmo de expansão da companhia no Brasil e no México, como o superou quando ajustado pelo tamanho populacional.

Quatro anos após sua chegada ao país, o Nu já alcança mais de 4 milhões de clientes na Colômbia, número que, segundo Matamoros, demonstra que o modelo de internacionalização do gigante digital “é replicável e escalável fora do Brasil, com um desempenho ainda mais forte”.

Enquanto no Brasil e no México o Nu levou quatro anos para superar a marca de 3 milhões de usuários, a Colômbia atingiu esse nível no mesmo tempo — porém com uma população muito menor (um quarto da brasileira e metade da mexicana).

“A Colômbia está crescendo mais rápido do que crescemos nos outros dois mercados”, destaca Matamoros. “Isso valida que o modelo funciona e pode ser adaptado com sucesso a outros países.”

Uma base sólida em depósitos

O crescimento não se reflete apenas no número de clientes, mas também no uso. Em menos de dois anos desde o lançamento da conta poupança, o Nu se tornou a quinta instituição com a maior base de depósitos de pessoas na Colômbia, um marco que no México e no Brasil levou mais tempo.

A Colômbia também se destaca pela velocidade no lançamento de novos produtos. A primeira aposta do Nu no país foi o cartão de crédito.

“Chegamos com um cartão de crédito fácil de acessar, digital e sem cobranças escondidas — e isso foi absolutamente vencedor”, afirma.

Desde então, o Nu passou a ouvir o usuário colombiano e agora oferece: conta de poupança, CDTs (equivalente a CDB), empréstimos pessoais, cartão Nu Control e cartão garantido em fase piloto — tudo isso em menos tempo do que nos outros mercados.

Em 2025, a aposta foram os CDTs e a inclusão financeira. “O que lançamos com Abrecaminos é totalmente inovador: alguém sem histórico pode construí-lo com seu próprio dinheiro”, explicou. “Nossa obsessão é dar crédito justo aos colombianos.”

Um mercado universal

Embora no México o Nu tenha se expandido rapidamente entre jovens, na Colômbia a realidade é diferente.
“Nosso objetivo é alcançar a maioria dos colombianos, independentemente da idade ou renda.”

Hoje, o Nu está presente em 100% dos departamentos e cerca de 95% dos municípios do país, incluindo regiões sem agências bancárias.

Apesar da alta penetração de carteiras digitais, o dinheiro em espécie ainda representa 78%–80% das transações, algo que o Nu pretende ajudar a reduzir.

“Queremos desafiar o status quo e diminuir a dependência do dinheiro físico”, afirma Matamoros. A empresa acredita que a digitalização traz inclusão, acesso a crédito e maior eficiência.

Bre-B: adoção mais rápida do que o previsto

Nesse processo, o Nu aderiu ao sistema do Banco da República de pagamentos imediatos, o Bre-B. Foi uma das primeiras entidades a habilitar a isenção do 4×1000 nas transações via Bre-B, e a forte adoção confirma o interesse dos usuários.

Embora não divulgue números, Matamoros afirma que as metas internas foram superadas e que a adoção “está melhor do que o esperado”.

Segundo ele, o movimento é comparável ao impacto do Pix no Brasil, mas com ritmo “mais acelerado” na Colômbia.

Colômbia, um caso de sucesso para o Nu

Para o neobanco, a Colômbia está se tornando referência na expansão global da empresa. A combinação de crescimento acelerado, rápida adoção de produtos e forte presença territorial faz do país o mercado onde o Nu mais escala proporcionalmente ao tamanho da população.

Após um 2025 positivo, o objetivo agora não é lançar novos produtos, mas escalar e aprimorar os que já existem, especialmente no uso do Bre-B e na oferta de crédito responsável.

“O foco é que os colombianos tenham produtos simples, seguros e realmente úteis”, diz Matamoros.

Ele conclui destacando que a Colômbia seguirá como mercado-chave em 2026: “O desempenho na Colômbia mostra que podemos transformar o sistema financeiro em qualquer país onde entrarmos.”

A ilustração no alto foi produzida por Mobile Time com IA

 

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