|Publicada no Teletime| Com impacto da pandemia da Covid-19 e em meio a um processo de financiamento por meio da venda de ativos, a Oi encerrou 2020 com um aumento no prejuízo e queda na receita. Segundo balanço financeiro da operadora divulgado na madrugada desta segunda-feira, 29, isso pressionou também a dívida líquida a aumentar durante o período.

A receita líquida no último trimestre de 2020 foi de R$ 4,78 bilhões, uma queda de 2,8% no comparativo anual. Na acumulado do ano, a companhia apresentou R$ 18,78 bilhões nas receitas, redução de 6,8%.

A Oi apresentou lucro de R$ 1,8 bilhão nos últimos três meses do ano (contra prejuízo de R$ 2,26 bilhões), o que não reverteu o prejuízo de R$ 10,53 bilhões no acumulado de 2020. A cifra foi maior do que a de 2019, quando a operadora teve prejuízo de R$ 9 bilhões. Nota-se que um crédito de Imposto de Renda e Contribuição Social de R$ 3,47 bilhões foi o que reverteu no trimestre o que seria um prejuízo de R$ 1,57 bilhão.

Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi de R$ 1,67 bilhão no trimestre, um aumento de 28,4%. No ano, foi de R$ 6,41 bilhões, aumento de 64,5%. A margem chegou a 34,9% no trimestre (aumento de 3,3 pontos percentuais) e 34,1% no ano (avanço de 14,8 p.p.)

Já o EBITDA de rotina trimestral totalizou R$ 1,49 bilhão, aumento de 5,5%. Em 12 meses, foi de R$ 5,85 bilhões, queda de 2,8%. A margem EBITDA de rotina foi de 31,2% no trimestre (2,4 p.p. a mais) e de 31,1% no ano (crescimento de 1,3 p.p.).

Com isso, a dívida líquida da operadora aumentou 36,9% e encerrou o trimestre em R$ 21,8 bilhões. A operadora afirma que o crescimento se deu por conta do impacto da |Covid-19, “além das incertezas fiscais e risco político no front doméstico”.

A operadora encerrou o ano passado com caixa disponível: R$ 4,55 bilhões no trimestre, quase o dobro (98%) de 2019; e R$ 22,62 bilhões no acumulado de 12 meses, aumento de 40,9% no comparativo anual.

Entre outubro e dezembro, a empresa reduziu o Capex em 12,8%, totalizando R$ 1,74 bilhão. De janeiro a dezembro, o volume de investimentos caiu 6,9%, total de R$ 7,3 bilhões.

Segmentos

A Oi Móvel, que foi vendida por R$ 16,5 bilhões para Claro, TIM e Vivo e aguarda anuência da Anatel e do Cade, representou aumento de 6,3% no segmento pós-pago, totalizando R$ 688 milhões nos últimos três meses do ano. Segundo a operadora, isso está em nível pré-pandemia. No total, a mobilidade pessoal sofreu queda de 3% nas receitas trimestrais, totalizando R$ 1,72 bilhão. Em 12 meses, o recuo foi de 3,8%, total de R$ 6,75 bilhões. No lado operacional, a Oi destaca um avanço na área de principal foco atual, a fibra. Ao final de dezembro, a companhia registrou 9,1 milhões de casas passadas (HP, na sigla em inglês) e 2,1 milhões de casas conectadas (HC), embora uma tabela 3 do documento divulgado mostre o número de 1,996 milhão de HCs (aumento de 215,7%). A média mensal de aumento foi de 403 mil HPs no final do ano passado, sendo que ao todo foram adicionados 4,5 milhões de HPs.

A operadora destaca que a receita do FTTH de R$ 98 milhões compensou totalmente o declínio do cobre no trimestre, quando apresentou receita no segmento residencial de R$ 1,63 bilhão (contra R$ 1,63 bilhão no terceiro trimestre). Considerando o período de outubro a dezembro e no comparativo anual, o segmento apresentou queda de 5,7%. Nos 12 meses, a receita foi de R$ 6,49 bilhões, uma queda de 10,7%.

No segmento corporativo, houve um aumento de 54% na receita de TI em um ano, com R$ 194 milhões. Em B2B no total, entretanto, houve aumento de 4,4% no trimestre (total de R$ 1,35 bilhão) e recuo de 5,5% no ano (total de R$ 5,23 bilhões).