Não é apenas o grande público que está assombrado com a capacidade do ChatGPT. Acadêmicos e líderes do setor de tecnologia também estão. A ponto de mais de 1 mil terem assinado uma carta aberta pedindo que sejam interrompidas imediatamente, por um prazo de seis meses, as pesquisas em laboratórios de inteligência artificial que estejam desenvolvendo sistemas mais avançados que o recém-lançado ChatGPT 4. Se isso não for feito, clamam que governos tomem alguma atitude. Entre os signatários estão ninguém menos que Yuval Harari, Elon Musk e Steve Wozniak.

“Sistemas de IA que competem com a inteligência humana representam riscos profundos para a sociedade e a humanidade, conforme demonstrado por pesquisas extensas e confirmado por laboratórios de IA de renome”, começa a carta. “IA avançada pode representar uma mudança profunda na história da vida na Terra e deveria ser planejada e gerenciada com imenso cuidado e recursos proporcionais. Infelizmente, esse nível de planejamento e gerenciamento não está acontecendo, apesar de termos visto nos últimos meses laboratórios de IA disputando uma corrida fora de controle para desenvolver e lançar mentes digitais cada vez mais poderosas que ninguém, nem seus criadores, consegue entender, prever ou controlar satisfatoriamente”, continua. 

O tom do documento é de extrema preocupação. “Será que deveríamos arriscar perder o controle da nossa civilização? Essas decisões não deveriam ser delegadas a líderes de tecnologia que não foram eleitos. Sistemas poderosos de IA deveriam ser desenvolvidos apenas quando tivermos confiança de que seus efeitos serão positivos e seus riscos, gerenciáveis”.

Análise

A carta aberta assinada por tantas celebridades deve acelerar projetos de lei de regulação de inteligência artificial que tramitam em diversos países. A União Europeia lidera essa discussão. No Brasil, também há um PL em debate há bastante tempo. Porém, haja vista a interconexão mundial de serviços digitais através da Internet, talvez seja o caso de haver um debate internacional em busca de uma padronização mínima dessa regulação.