Anunciado em outubro do ano passado em visita da presidenta Dilma Rousseff à Suécia, o projeto de implantar testes de 5G da Ericsson com a América Móvil Brasil (ou seja, com a Claro) está começando aos poucos a tomar forma. De acordo com a vice-presidente de estratégia da fornecedora sueca, Carla Belitardo, o teste deverá mesmo começar no segundo semestre, embora ainda não estejam definidos a cidade e o local escolhido. Em relação ao espectro, há pouca certeza também. "As pessoas ainda estão pensando, a gente fala em 15 GHz, mas é como o ministro falou, esperamos a WRC (Conferência Mundial de Espectro), ainda é muito cedo para falar em frequência e tentar colocar alguma coisa."

O diretor do centro de inovação da Ericsson, Edvaldo Santos, confirma que a frequência deverá ser superior aos 10 GHz, considerando ainda as ondas milimétricas (entre 75 GHz e 110 GHz). Na parceria com a América Móvil, a Universidade Federal do Ceará (com quem a fornecedora tem parceria) se envolverá "seguramente", pois estarão focados no "test bed" relacionado a 5G e Internet das Coisas (IoT). "Nosso test bed tem duas fases, a primeira é quando mostra ganhos com eficiência espectral e ultrabanda larga", afirma.

A licença temporária (que não poderá ter interferência com outras faixas) para os testes será solicitada à Anatel uma vez que a demonstração comece a tomar mais forma. "Estamos negociando o escopo para fazer e, dependendo do conjunto de coisas que vamos exercitar, isso vai sugerir uma frequência, e quando tivermos ciência disso, vamos solicitar", declara Santos.

Telefónica

Outro acordo de 5G que a Ericsson conta e com o grupo espanhol Telefónica. Segundo Carla Belitardo, é uma parceria mundial, mas ainda não há previsão de que o Brasil esteja incluído. "Estamos tentando viabilizar os testes, mas, por enquanto, hoje o acordo que temos aqui é apenas com a Claro". Ela explica que a Telefónica ainda está definindo quais países terão os testes, mas indica que o Brasil poderá também ser um dos escolhidos.