A Vivae, edtech criada por uma joint-venture entre Ânima e Vivo, tem hoje 100 mil assinantes do seu serviço de cursos livres, cujo conteúdo é acessado através do seu app. A startup espera dobrar sua receita este ano e mira no B2B para crescer com dois novos tipos de produtos: cursos customizados para empresas; e cursos complementares ao ensino superior, para serem oferecidos por universidades que queiram aumentar o engajamento de seus estudantes, conta Alexandre Max, CEO da Vivae, em conversa com Mobile Time.

Desde que entrou em operação, em 2022, a Vivae vem estudando o mercado de educação digital e repensando sua própria estratégia, relata o executivo. Originalmente, sua proposta era ajudar pessoas em busca de emprego com cursos que aprimorassem suas habilidades e seu conhecimento, acelerando sua entrada no mercado de trabalho. Mas essa tese foi desconstruída rapidamente por uma questão de senso de urgência:

“Não dá para dizer para uma pessoa que precisa desesperadamente de uma renda que a solução é estudar. A primeira coisa que ela quer é arrumar um emprego”, relembra.

Hoje, a Vivae entendeu que seu público-alvo é outro, dividido em três tipos de estudantes: 1) quem já está no mercado de trabalho e quer aprender novas habilidades para crescer na carreira; 2) quem está empregado mas sente que sua profissão está sendo transformada pela digitalização e precisa acompanhar as novidades para não ficar para trás; 3) universitários que precisam acelerar o aprendizado em suas áreas para entrarem no mercado de trabalho antes mesmo de se graduar, muitas vezes para poderem pagar os boletos da faculdade. “Viramos um atalho para o mercado de trabalho para universitários”, compara.

Vivae aposta em cursos curtos, com aulas de 10 minutos

A Vivae tem hoje em seu catálogo 54 cursos, a maioria sobre soft skills ou habilidades técnicas. Entre os mais populares estão os cursos de IA, vendas online, ferramentas digitais e marketing digital. A lista cresce continuamente, com novos cursos lançados todo mês.

O conteúdo dos cursos é 100% produzido pela Vivae, que desenvolveu seu próprio método pedagógico de “nanolearning”. Cada aula tem 10 minutos de duração e é composta por várias microatividades que duram de 30 segundos a 1 minuto. São vídeos, quizzes, flash cards etc, sempre com algum tipo de interatividade. Tudo é acessado através do seu app (Android, iOS).

“Começamos pedindo que aluno tenha pelo menos 10 minutos de atenção. Nosso mantra é: o que posso aprender em 10 minutos hoje para usar amanhã?”, descreve Max.

Cada curso é composto de alguns módulos, que por sua vez costumam ter quatro aulas cada. Ao todo, o aluno precisa de quatro a seis horas para concluir um curso, que pode ser feito aos poucos, aproveitando brechas do seu tempo livre ao longo do dia.

“Depois do Covid-19 vivemos uma nova pandemia chamada ‘distração’. Isso impacta demais no processo de aprendizado. As novas gerações não sentam mais para ler um livro. Competimos com Netflix, Instagram, qualquer coisa que aparece nas telas das pessoas. Passamos seis meses estudando o mercado sobre nanolearning. Entendemos que frações menores de conhecimento criam uma somatória”, relata Max.

Os assinantes da Vivae podem acessar todos os cursos em catálogo. A assinatura custa R$ 79 no plano mensal ou R$ 39,90 por mês no plano anual. Os cursos não são vendidos avulsos.

vivae

Alexandre Max, CEO da Vivae (crédito: divulgação)

B2B

O mercado corporativo é a nova fronteira explorada pela Vivae. Uma das propostas consiste em formatar uma combinação de cursos para funcionários de uma empresa, em um processo de curadoria conjunta. O conteúdo pode ser customizado com a marca da contratante. E novos cursos podem ser criados com conteúdo da empresa usando a metodologia da Vivae. Caixa, Santander, Vivo e JBS estão entre os primeiros clientes.

Outro produto para o mercado corporativo são cursos para instituições de ensino que querem aumentar o engajamento dos seus estudantes. As atividades montadas pela Vivae podem ser feitas pelos alunos antes mesmo de começar o ano letivo. A faculdades Anhembi Morumbi e São Judas já adotaram. “Isso diminuiu a evasão de alunos, reduziu a inadimplência e melhorou a avaliação positiva que os estudantes têm das instituições de ensino”, conta Max.

A ilustração no alto foi produzida por Mobile Time com IA

 

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