Com um aporte de cerca de R$ 500 mil, a empresa FindMotoboy procura se destacar em um mercado de aplicativos móveis para contratação de motofretistas. Baseada em São Paulo e em funcionamento há três meses, a companhia afirma ter um maior retorno financeiro para os motoboys e uma economia de até 25% para os contratantes do serviço, seja pessoa física ou jurídica.

Atualmente, a ferramenta está disponível por meio do site e de um aplicativo para Android. O cliente solicita a entrega ou retirada e pode acompanhar o trajeto do motoboy por meio de um mapa no próprio app, que usa tecnologia do Google Maps. 

De acordo com o diretor da FindMotoboy e desenvolvedor da plataforma, Caio Cocozza, a companhia obtém cerca de 40% das solicitações de serviços por meio do aplicativo. "Essa é uma questão que pode mudar, ainda mais quando entregarmos a plataforma para iOS, em julho", explica. Ele diz que a versão para iPhone ainda está em testes, mas não é o único sistema visado. "O Windows Phone está no nosso radar", declara. BlackBerry, pelo menos por enquanto, não está nos planos da empresa.

Já para os motoboys, o aplicativo ainda é exclusivamente para Android. Cocozza explica que o motivo é a grande adoção por parte dos entregadores: a empresa fez uma checagem com mais de mil motoboys, e apenas 0,1% usavam iPhone. No entanto, o diretor da companhia garante que a arquitetura da plataforma está pronta para construir um app para iOS, caso haja demanda. Dessa vez, o Windows Phone ainda não foi cogitado. "Por enquanto, está mais focada no Android, que é uma base gigantesca."

A fragmentação de hardware com o sistema do Google não é um problema, de acordo com Cocozza. "Pelo menos os (motofretistas) que vêm à nossa empresa, e os que a gente busca também, têm equipamentos ótimos, tem cara com um Samsung Galaxy S4, Moto X e Moto G. A grande maioria tem aparelhos que são bons, com memória bacana, que rodam bem nosso aplicativo", diz. Há também casos de motoboys utilizando tablet Android com 3G, segundo o executivo.

Diferenciação

Caio Cocozza garante que, quando pensou na ideia de montar um serviço de motofretista com aplicativo, ainda não havia concorrência. "Depois disso, mais duas ou três empresas apareceram. Hoje tem grupo grande, não sei a qualidade de serviço, se têm motoboys cadastrados", confessa. Ele diz que a estratégia da FindMotoboy é de se preocupar com o formato do próprio negócio. "O motoboy é é nossa ferramenta de execução. É ele quem trabalha com nosso app e não tivemos desistência até hoje. Eles estão sendo bem remunerados, estamos com uma base feliz e com uma quantidade de clientes razoável em três meses."

A empresa cobra uma taxa fixa de R$ 2,50 ao motoboy por serviço realizado para pessoa física, que atualmente pode pagar apenas com dinheiro, embora Cocozza prometa que haverá opção de cartão de crédito em meados de agosto. "Já temos contato com uma empresa de meios de pagamento, vamos agregar essa solução para as pessoas poderem usar, mas a plataforma ainda está em fase de desenvolvimento e integração entre as duas empresas." Já para clientes corporativos, a FindMotoboy cobra os mesmos R$ 2,50 ao motofretista, mas desconta mais 10%. "Ele fica com quase 90% da receita do trabalho, é uma vantagem grande", garante.

A meta é atingir 200 clientes e até 2 mil motoboys na capital paulista até o final do ano, depois seguindo para outras praças de maneira "calma e orgânica". "A gente está entendendo as demandas das grandes capitais. Aos poucos vamos selecionar profissionais com calma", diz ele. A ideia é mostrar que os serviços de motoboy podem mudar como aconteceu com os táxis após a popularização de serviços corporativos e dos aplicativos. "Taxista antes era um cara com camisa aberta, e hoje ele anda bem arrumado. E o motoboy é um profissional que sabe usar a tecnologia para ganhar dinheiro", conclui.