Empresa de recarga em linhas pré-pagas por meio de pagamentos móveis, a RecargaPay atingiu a marca de 1 milhão de transferências móveis por mês no Brasil. Oriunda de Buenos Aires, a companhia tem uma proposta de recarga 100% digital por meio de aplicativos (Android, iOS e Windows Phone), que acumulam 2 milhões de downloads, ou via plataforma web. Seu serviço está disponível para clientes da Oi, Vivo, Claro, Algar, Tim e Nextel.

Com uma média de R$ 14 por recarga, a companhia argentina pretende crescer ao mudar um dos principais hábitos dos usuários brasileiros: a compra em dinheiro vivo. “O nosso principal rival é o dinheiro. Hoje 95% das transações de recargas são feitas em dinheiro. Nós temos que mudar o hábito do usuário”, diz o argentino Gustavo Victorica, COO da RecargaPay em entrevista ao MOBILE TIME. “A ideia é que o RecargaPay possa melhorar a vida do usuário, com ele fazendo recargas pelo aplicativo no lugar de ir ao banco”.

Em seu processo de expansão, a RecargaPay estima que chegará a 10 milhões de transações mobile por mês até 2017. Para isso, aposta no crescimento dos smartphones no Brasil – principal mercado da empresa América Latina ao lado do México – e em novas formas de uso de sua plataforma.

“Basicamente, nós queremos que os usuários com qualquer meio de pagamento – cartão de crédito, débito, boleto, transferências bancária ou depósito, por meio de 260 mil pontos no Brasil – consigam pagar as contas e transformar o dinheiro físico em digital”, explica o executivo.

Pré-pago x Pós-pago

A RecargaPay funciona como uma revendedora dos produtos das operadoras, algumas diretamente e outras indiretamente. Ela ganha uma pequena porcentagem das recargas, abaixo de 3% do valor da transação.

Questionado sobre os efeitos da atual crise cambial, Victorica afirma que sua firma não foi afetada por ela. O executivo acredita que existe potencial de crescimento da base, mesmo com a curva descendente do pré-pago (209 milhões de acessos em julho e queda de 1,6% nos últimos seis meses) ante o crescimento do pós-pago (71,6 milhões de acessos e crescimento de 4,6% de janeiro a junho), conforme dados da Anatel.

“O pós-pago está crescendo em participação percentual, mas o pré-pago continua crescendo em números absolutos. Com a crise, o pré-pago vai continuar aumentando. Mesmo em mercados como Alemanha (40%) e EUA (32%) tem uma parcela significativa do pré-pago e não vai sumir tão cedo”, acredita o COO da RecargaPay.

Boca a boca

Diferentemente das grandes empresas do mercado de pagamentos móveis, a RecargaPay utiliza o relacionamento com os clientes para crescer. A companhia não investe em marketing, mas sim em ‘viralização’. Dentro da plataforma da Recarga Pay, um usuário pode convidar amigos e ganhar crédito com esse convite.

“Nós temos essa estratégia viral. Cada usuário novo recebe um desconto de R$ 5 a R$ 8, e você ganha R$ 3 para cada amigo que trouxer”, afirma Victorica. “Nós acreditamos que vale mais dar esse dinheiro ao usuário, do que investir em uma campanha de marketing”.