O avanço da vacinação da população brasileira e a consequente queda na média móvel de mortes diárias estão estimulando o público a retomar gradativamente a antiga rotina pré-pandemia. Alguns serviços online to offline (O2O) que foram duramente impactados durante o isolamento social começam a dar sinais de recuperação. É o caso dos segmentos de venda de ingressos, de reserva de hospedagem e de solicitação de corrida de carro particular, revela a nova edição da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre pagamentos e comércio móveis no Brasil, um oferecimento da Dynatrace.

A proporção de brasileiros com smartphone que já compraram ingressos através de apps voltou a crescer, atingindo 37%, ante 34% seis meses atrás. E o percentual que efetivamente comprou um ingresso nos últimos 30 dias, ou seja, os usuários ativos mensais (MAUs) desse tipo de serviço, deu um salto de 9 pontos percentuais entre março e agosto deste ano, passando de 27% para 36%. A disposição para voltar a frequentar eventos é maior entre os homens (40% declaram ter comprado ingresso via app nos últimos 30 dias) do que entre mulheres (31%). Também se percebe uma diferença de acordo com a idade: 16 a 29 anos (41%); 30 a 49 anos (33%); e 50 anos ou mais (28%). Note-se ainda que entre as pessoas das classes C, D e E (37%) a proporção é maior que entre aquelas das classes A e B (31%). Os aplicativos favoritos para a compra de ingressos continuam sendo Ingresso.com, Cinemark, Sympla e Ingresso Rápido, nesta ordem.

Hospedagem

No segmento de reserva de hospedagem, o aumento aconteceu na base que já experimentou pelo menos alguma vez esse tipo de serviço através de app: um ganho de sete pontos percentuais entre março e agosto, passando de 32% para 39%. Neste grupo, 48% afirmam ter feito uma reserva nos últimos 30 dias, percentual praticamente estável frente aos 47% registrados em março. Novamente as maiores proporções de MAUs são observadas entre homens (51%) e entre jovens de 16 a 29 anos (52%). Mas nesse serviço, ao contrário da venda de ingressos, as classes A e B lideram em termos proporcionais (53%) em comparação com as classes C, D e E (46%). Os apps líderes na preferência do brasileiro para reserva de hospedagem continuam sendo Booking.com, apontado como o favorito por 29% dos usuários desse tipo de serviço, e AirBNB, citado por 22%.

Corrida de automóvel

A base de brasileiros com smartphone que já solicitaram uma corrida de táxi ou automóvel particular se manteve relativamente estável em seis meses (82%), mas a proporção de MAUs subiu acima da margem de erro, passando de 71% para 74%, em mais um indicador da gradual retomada da rotina pelo brasileiro. O hábito é um pouco mais comum entre mulheres (75%) que entre homens (73%). Por idade, os jovens de 16 a 29 anos lideram (76%). E na análise por renda familiar mensal, as pessoas das classes C, D e E apresentam um percentual um pouco maior (75%) que entre aquelas das classes A e B (72%). O Uber mantém a dianteira, sendo o app preferido de 72% dos usuários, seguido distante pelo 99, citado por 20%.

Delivery de comida

O delivery de comida, por sua vez, foi um segmento que registrou crescimento significativo ao longo da pandemia, justamente em razão do isolamento social. A proporção de brasileiros com smartphone que já haviam pedido uma refeição por app era de 74% em março de 2020, quando a pandemia tinha acabado de ser decretada pela OMS, e saltou para 83% de lá para cá. Considerando apenas os seis últimos meses, a proporção subiu três pontos percentuais, enquanto o percentual de MAUs permaneceu estável em 82%. 

A maior diferença na análise demográfica desse serviço é observada na renda familiar mensal dos consumidores. Entre aqueles das classes A e B que já pediram comida por app, 89% são MAUs, percentual que cai para 81% entre aqueles das classes C, D e E. De março a agosto deste ano, o iFood conseguiu ampliar ainda mais a sua liderança, aumentando de 68% para 72% a proporção que o apontam como seu app favorito de delivery de comida. O segundo e o terceiro colocados, Uber Eats e WhatsApp, respectivamente, perderam dois pontos percentuais cada.

 A pesquisa entrevistou 2.100 brasileiros que possuem smartphone, entre os dias 4 e 16 de agosto. A margem de erro da pesquisa é de 2,1 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%. O relatório integral pode ser baixado aqui.