| Mobile Time Latinoamérica | A partir de 1º de outubro de 2025, os bancos no México serão obrigados a disponibilizar em seus aplicativos móveis, internet banking e canais telefônicos a opção para que cada cliente defina um Montante Transacional do Usuário (MTU).
A medida, impulsionada pela Comissão Nacional Bancária e de Valores (CNBV), tem como objetivo reduzir fraudes e roubo de identidade em transferências eletrônicas, em um contexto de crescente digitalização do sistema financeiro.
O MTU funciona como um limite máximo de dinheiro que um correntista pode transferir em um período determinado — seja por operação, diariamente, semanalmente ou mensalmente. A regra abrange transferências via SPEI, pagamentos com CoDi e Dimo, além de outras operações feitas a partir das plataformas digitais bancárias.
Todos os clientes bancários deverão estabelecer seu limite de operações digitais até 1º de janeiro de 2026, quando a medida passará a ser obrigatória. Quem não o fizer enfrentará restrições: o banco definirá automaticamente um valor máximo com base no histórico transacional de cada usuário.
Na maioria dos casos, esse teto será de 1,5 mil Unidades de Investimento (UDIS), equivalentes hoje a cerca de 12,8 mil pesos mexicanos. Isso pode representar um problema para quem realiza operações de maior volume, como pagamento de folha salarial, transferências a fornecedores ou repasses de crédito.
A medida não afeta operações em agências físicas nem pagamentos com cartões, e também não se aplica a pessoas jurídicas nem a transferências entre contas do mesmo titular.
Implementação no México
Algumas instituições financeiras já começaram a se antecipar. O HSBC, por exemplo, liberou a configuração do MTU em agosto, enquanto o Santander fez isso em setembro. No caso do BBVA, os clientes já contam com a opção de definir diferentes limites: por operação, diários ou mensais.
Cada banco está adaptando essa funcionalidade de acordo com sua própria infraestrutura tecnológica, o que significa que os processos de configuração não são idênticos entre as instituições.
Por outro lado, as fintechs estão, por ora, fora dessa regulação, já que a Associação Mexicana de Sociedades Financeiras Populares esclareceu que o MTU se aplica apenas à banca múltipla.
Ainda assim, empresas como Nu e Mercado Pago informaram a veículos locais que estão desenvolvendo essa funcionalidade em seus aplicativos, a ser implementada assim que estiverem submetidas ao marco regulatório correspondente.
Reforço na segurança
Mais do que aspectos operacionais, o MTU representa um novo passo na evolução da banca digital mexicana. Para a CNBV e a Condusef, trata-se de um mecanismo que, além de reforçar a segurança das transferências eletrônicas, busca dar aos usuários maior controle sobre seu próprio nível de exposição ao risco.
Cada cliente poderá definir parâmetros de acordo com suas necessidades financeiras, com a possibilidade de ajustá-los a qualquer momento.
A medida surge em um cenário em que a fraude eletrônica e o roubo de identidade têm se tornado desafios crescentes para o sistema financeiro. Assim, o MTU procura responder a essa problemática ao mesmo tempo em que acompanha o avanço da economia digital, na qual a banca eletrônica se tornou essencial tanto para empresas quanto para pessoas físicas.
A imagem principal foi criada por Mobile Time com IA.