A Vivo não pretende, ao menos por enquanto, seguir a concorrência e lançar planos de voz ilimitada, informou seu CEO, Eduardo Navarro, durante coletiva nesta terça-feira, 3, na Futurecom. “Não estamos no mundo da voz, mas no mundo dos dados. Preferimos direcionar a nossa estratégia comercial para esse lado. Quem tem dados tem tudo. Pode até falar por voz no WhatsApp”, comentou o executivo. Que adicionou: “Não tenho nada contra as OTTs, inclusive sou um grande usuário desses serviços, que geram enorme tráfego para a nossa rede”.

Em seguida, reforçou que, embora a Vivo seja a única que não oferece voz ilimitada, por outro lado, é a única que permite o compartilhamento de dados entre os seus assinantes. “Vamos ver qual estratégia o cliente vai valorizar mais a médio prazo. A nossa percepção é de que o cliente prefere dados”, disse. Mas ponderou: “De todo modo, não somos donos da verdade. Se percebermos que estamos perdendo clientes, não vamos ficar parados.”

Navarro disse que adoraria poder desligar a rede 2G, para aproveitar melhor a frequência com tecnologias mais eficientes, como a 4G, mas não é possível por conta da grande base ainda existente de celulares de segunda geração. Ele ressaltou que hoje 95% das vendas de aparelhos da Vivo são de modelos 4G, mas há um mercado paralelo representativo com aparelhos de segunda mão antigos.

Sobre o movimento de desligamento de chips que o Brasil está vivenciando há dois anos, o presidente da Vivo o enxerga como positivo. "Não era razoável o Brasil com 206 milhões de pessoas ter 280 milhões de linhas celulares ativas”, comentou.