O governo brasileiro vai apresentar no próximo ano sua política para a indústria 4.0, conceito que engloba Internet das Coisas, Big Data, cloud e Inteligência Artificial em manufatura. A informação foi revelada por Luiz Augusto de Souza Ferreira, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio.

Durante sua passagem pelo 1º Congresso Brasileiro de Indústria 4.0, em São Paulo, na Fiesp, Ferreira revelou para uma plateia repleta de industriais que o Governo Federal vai apresentar suas próximas etapas da quarta revolução industrial no Fórum Econômico Mundial para a América Latina, ano que vem em São Paulo.

“A Indústria 4.0 causa completa transformação do tecido industrial global. O Brasil não pode ficar fora disso”, disse o presidente da ABDI, que falou no lugar do ministro do MDIC, Marcos Pereira, que ficou em Brasília para recepcionar o presidente boliviano, Evo Morales.

Vale lembrar que o Fórum Econômico Mundial para a América Latina (WEF), popularmente conhecido como “Mini Davos”, acontece entre os dias 13 e 15 de março do próximo ano. Por sua vez, o Fórum Econômico Mundial, braço principal do encontro, acontece entre os dias 23 e 26 de janeiro de 2018.

Agenda 4.0

O evento abrigou ainda outras autoridades, como o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, assim como o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, além de palestrantes de empresas como Siemens, Ericsson, IBM e McKinsey. Com uma agenda mais focada em mostrar aos empresários as benesses da indústria 4.0, os palestrantes defenderam uma mudança de postura tanto da indústria como do governo.

“O BNDES tem que ser 4.0, o governo tem que ser 4.0, a indústria tem que ser 4.0, a Fiesp já é 4.0. A sociedade verdadeira 4.0 não é apenas na indústria, mas em toda a sociedade”, disse Castro. “Por outro lado, temos empresários que já têm adotado esse avanço. Um belo exemplo é a indústria têxtil”, acrescentou.

“Apesar de o nome ser 4.0 da Indústria, esta é uma revolução em todos os setores. É uma grande transformação, a exemplo de outras revoluções do mundo. Num primeiro momento, assusta pelo desconhecimento, assim como um robô dirigindo carros e motos, a inteligência artificial e a realidade virtual. Mas precisamos enfrentar e nos adaptar”, completou Skaf.