A evolução da rede móvel da Claro está andando mais rápido que aquela dos smartphones. A constatação parte do CEO da operadora, Paulo Cesar Teixeira, por conta do investimento em sua modernização, agora no padrão LTE Advanced, ou 4,5G, com pelo menos 30 + 30 MHz de espectro, modulação QAM 256 e Mimo 4×4. Como ainda há poucos handsets disponíveis no mercado capazes de aproveitar esses novos avanços em infraestrutura, o executivo entende que a rede da Claro está à frente dos handsets. Ele citou o caso do iPhone X, novo top de linha da Apple, que não trabalha com Mimo 4×4, por exemplo. Apenas o Galaxy S8 e o Note8, da Samsung, além de alguns modelos da Motorola, estão preparados.

Como acabou de realizar um investimento pesado em LTE Advanced, o momento agora é de procurar rentabilizar em cima da nova rede, mais do que falar de 5G. "Passamos por um ciclo de investimento alto. Agora temos que capturar os benefícios do 4,5G", comentou.

Teixeira evitou dizer se o investimento da Claro em 2018 será menor, igual ou maior que o realizado este ano.

Unificação do 2G

Teixeira não acredita que a rede de segunda geração (2G) será desligada tão cedo no Brasil por causa da grande base de máquinas de POS conectadas a ela. O ideal, na sua opinião, seria conseguir unificar as redes de todas as operadoras, construindo uma rede única nacional 2G para atender a esse mercado de comunicação entre máquinas com um custo menor de operação e manutenção. Ele revelou que já houve muitas conversas sobre isso entre as teles, mas nunca se conseguiu chegar a um acordo. As donas das maiores bases de linhas M2M são Claro e Vivo.

Ele lembrou também que hoje as redes de adquirência trabalham com vários chips dentro da mesma máquina, justamente para trocar de uma rede para a outra conforme a disponibilidade de sinal. Ou seja, é possível que haja resistência por parte dessas empresas, que são os maiores clientes 2G, para com uma unificação das redes de segunda geração.