O juiz responsável pela recuperação judicial da Oi, Fernando Viana, vai decidir, ainda nessa sexta-feira, 20, se haverá ou não novo adiamento da Assembleia Geral de Credores (AGC), marcada para a próxima segunda-feira, 23. Para o presidente da operadora, Marco Schroeder, a empresa está preparada para fazer a AGC e acha que é uma oportunidade para virar mais essa página, mas reconhece que umas semanas a mais será uma oportunidade para evoluir as negociações e chegar à assembleia "com um pouco mais de apoios consolidados", disse.

O pedido de adiamento da AGC partiu de alguns bancos, inclusive os públicos brasileiros, e de importante credor internacional. A solicitação será reforçada pela advogada-geral da União, Grace Mendonça, que tem reunião marcada para a tarde desta sexta-feira, 20, com o juiz. Schroeder também visitará Viana.

Segundo o presidente da Oi, se o juiz decidir adiar, a empresa continuará as conversas com os credores. "Nesta semana mesmo nós nos reunimos com alguns desses bondholders, alguns desses bancos, eu acho que existe espaço para convergir", disse. Mas para ele, o adiamento pode prejudicar a empresa, que quer ver concluída essa fase ainda este ano. "Se a assembleia não for na segunda, a próxima data já está marcada, seria 27 de novembro, então ainda seria esse ano", comentou.

Schroeder elogiou a nova postura do governo nas negociações das dívidas da Oi com órgãos públicos. "A coordenação melhorou muito com o trabalho da ministra Grace, com o envolvimento da Anatel, o próprio ministro Kassab e a Fazenda. Acho que o governo sabe da importância da Oi para o sistema como um todo", disse.

Segundo o executivo, em nenhum momento a Oi está pedindo recursos públicos, mas condições muito próximas das que estão previstas no Refis: usar a dívida da Oi para colocar nesses mesmos critérios, utilizar o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), no sentido de trocar multa por investimento. "A gente acha que tem um grande espaço para negociar e fechar um acordo com o governo", afirmou.