Apesar da queda nas receitas, a América Móvil está otimista para o futuro da Claro Brasil (Claro, Embratel e Net) em 2018. De acordo com o CEO do grupo mexicano, Daniel Hajj, a expectativa é de que o cenário econômico melhore ou estabilize, permitindo a redução de desconexões. Por outro lado, a companhia planeja executar um plano de custos para o triênio 2018-2020, o que levaria a uma melhora nas margens.

"Estamos fazendo um programa de corte de custos. Não é algo que vamos fazer este ano, será nos próximos três anos, e achamos que terá impacto", declarou ele nesta quarta-feira, 25, em teleconferência sobre os resultados financeiros para analistas. "Estamos bem empolgados com o que podemos fazer no ano que vem com o programa de corte de custos. Vamos começar a ser mais agressivos em pré-pago, e achamos que podemos ter um 2018 melhor do que este ano. É um passo por vez, mas estamos melhor no Brasil."

Internacional

A América Móvil espera que a regulação seja alterada no México, permitindo a volta da cobrança por interconexão. Recente análise da Suprema Corte mexicana afirmou que a medida do Instituto Federal de Telecomunicações (IFT, ou Ifetel) era inconstitucional, e uma decisão é esperada para a próxima semana. "Pessoalmente, não acho que possa ter de forma alguma uma taxa zero para a interconexão de novo", declara Daniel Hajj. O executivo reclamou ainda da pressão por preços na concorrência doméstica e espera que a situação mude no final do ano.

De qualquer forma, o mercado mexicano deverá ter algum impacto na receita por conta dos terremotos na região. A América Móvil diz não ter tido a infraestrutura afetada, mas conta que ofereceu uma semana sem cobranças para os usuários.

Em Porto Rico, onde o furacão Maria causou maior destruição, o problema é o fornecimento de energia, que ainda está afetado: Hajj diz que na ilha há apenas entre 15% a 25% de capacidade elétrica."Ainda não estamos com toda a nossa rede funcionando", declara. Diferente do México, na região, a América Móvil distribuiu créditos para toda a base móvel, mas ainda há problemas de infraestrutura. "Ainda não sabemos, (se o estrago em) Porto Seguro foi grande."