Os alunos formandos do Instituto Mauá apresentaram seus estudos e soluções para a sociedade no Eureka, um evento que está em sua 23ª edição. Neste ano, os estudantes apresentaram tecnologias voltadas principalmente para dispositivos vestíveis, cidades inteligentes, finanças, viagens, indústria 4.0 e Internet das Coisas.

“A ideia do Eureka é ser um tripé da inovação. Os estudantes criam projetos baseados em problemas da sociedade. Para isso, eles desenvolvem trabalhos focados em solução técnica, com arcabouço jurídico e usabilidade”, disse o reitor da Mauá, José Carlos de Souza Junior. “A nossa proposta é que o trabalho não vire um produto ou uma solução comercial, mas que mostre a qualidade do aluno e do ensino que teve”.

Mesmo que a afirmação de Souza Junior diga que não há, inicialmente, intuito comercial, os discentes que conversaram com o Mobile Time na tarde desta sexta-feira, 27, disseram que vislumbram transformar seus projetos em start-ups, alguma conversam com companhias para receber investimentos e inclusive uma já abriu sua empresa.

Saúde

A Heartify, uma empresa de saúde que criou um aplicativo para captar e analisar fibrilação atrial, já abriu a empresa, está em conversas com a Prevent Sênior e Unimed, e já garantiu apoio da Polar para testar seus wearables com o app. Com dois sócios e capital próprio, a pequena firma criou um app Android conceitual que, pareado a um vestível com Bluetooth, consegue fazer 120 análises do coração por hora. De acordo com o cofundador e CEO da Heartify, Fernando Kaupert, a ideia da start-up é validar o app. Para isso, eles utilizam estudos científicos como base e trabalham em parcerias com cardiologistas e com o HCor e Hospital da USP. Uma vez validado, os empreendedores definirão se o modelo de negócio será voltado para B2B ou B2C.

Finanças

Em etapa de pré-abertura da empresa, a SpareUp foca em ajudar o brasileiro a investir o seu dinheiro. Com um app em estágio embrionário, eles misturam educação financeira com dados consolidados do mercado para fazer o dinheiro do consumidor render. O SpareUp utiliza cotas de fundos de investimentos e se baseia no perfil do investidor (se é conservador, moderado ou agressivo). Além disso, ele deve estar interligado ao banco do usuário. Assim, ao fazer uma compra, o aplicativo repassa uma porcentagem dessa compra, um valor fixo ou centavos, como investimento. Gabriel Silano do Nascimento, um dos três fundadores do projeto, explica que o Banco Neon forneceu os dados do mercado e informação de 6 mil transações para validar o app. Após o grupo se formar, eles pretendem finalizar o app e apresentar ao mercado.

Viagem

Projeto que teve bastante buchicho em outras mídias, a Back2U busca ajudar o consumidor a rastrear a bagagem. Com um aplicativo Android e um dispositivo para rastreio (via GPS e conexão 3G) que vai dentro da mala, as quatro estudantes do grupo que criaram a solução já estão em conversas com companhias aéreas e operadoras de seguro. A ideia da empresa é que o consumidor compre ou alugue o dispositivo. Elas ainda veem uma boa oportunidade para entrar no mercado, já que as operadoras vão precisar se adequar a novas leis que as obrigam a rastrear bagagens a partir de 2018. No entanto, a equipe ainda precisa melhorar o device, pois o rastreador ainda é grande (do tamanho de um controle remoto) para torná-lo comercialmente viável.

Wearable

Uma luva inteligente. Esta é a proposta da Control Glove. Uma empresa que usa uma luva conectada para tomar controle de objetos com sensor Bluetooth. Em estágio inicial, o vestível pode controlar mouse, teclado e uma cadeira de rodas omnidirecional. Para o futuro, o grupo – também com quatro estudantes – pretende montar uma start-up com foco inicial para a indústria 4.0, ao criar a luva Mimic Hand que controla máquinas de produção à distância. Além disso, os jovens veem a possibilidade de aplicar a solução em games, realidade virtual e tradução hand-to-speech de palavras e frases em Libras.

Internet das Coisas

Outro grupo formado por quatro estudantes, o Smart Gun, como o próprio nome diz, pretende transformar uma arma de fogo comum em inteligente. A ideia é mais simples do que os projetos existentes nos Estados Unidos e na Europa, uma vez que ela será rastreada toda vez que estiver em movimento, e, com isso, evitar o roubo de armas. Para a solução funcionar, o time de discentes criou uma placa baseada no protocolo Lora, que pode ficar acoplada embaixo do cano ou na coronha da arma. Essa placa se conecta à rede Lora por meio de uma antena. As informações são enviadas para a nuvem da Microsoft e reproduzidas em um painel, que é acompanhado pela empresa de segurança. Em fase piloto, o projeto está sendo utilizado pela seguradora Gocil. Para a próxima etapa, os estudantes pretendem analisar quando a arma é sacada do coldre e mesmo quando ela efetua disparos.