A indústria móvel representou no ano passado 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina, somando ao todo US$ 260 bilhões. A expectativa é de que essa participação suba para 5,6% em 2020, com US$ 320 bilhões. Os números fazem parte de um novo relatório da GSMA publicado nesta terça-feira, 31, durante o Mobile 360, seminário realizado em Bogotá, na Colômbia.

Os dados do PIB levam em conta a contribuição direta do setor móvel sobre a economia da região, a contribuição indireta e os ganhos de produtividade. Em 2016, o impacto direto foi de US$ 70 bilhões, ou 1,7% do PIB latino-americano. O indireto foi de US$ 20 bilhões, ou 0,4% do PIB. A maior contribuição veio na forma de ganhos de produtividade: US$ 170 bilhões, ou 3,2% do PIB. Os ganhos de produtividade são calculados com base em um modelo econômico criado pelos autores do estudo que procura estimar quanto a sociedade se beneficia financeiramente da adoção de soluções móveis, desde profissionais autônomos que atendem a mais clientes graças a uma linha móvel, até uma grande corporação que automatiza sua força de vendas com apps móveis, por exemplo.

Os US$ 70 bilhões de impacto direto do setor sobre o PIB regional em 2016 são divididos da seguinte forma: operadoras móveis (US$ 47 bilhões); distribuidores e varejistas (US$ 8 bilhões); fornecedores de infraestrutura (US$ 7 bilhões); fabricantes de handsets (US$ 5 bilhões); serviços de conteúdo, aplicações e outros (US$ 4 bilhões).

A indústria móvel emprega 1,7 milhão de pessoas na América Latina e contribuiu sozinha com a arrecadação de US$ 34 bilhões em impostos e taxas para os governos da região em 2016, sem contar gastos com a compra de espectro.

Investimento

O investimento das operadoras móveis latino-americanas somará US$ 68 bilhões entre 2017 e 2020, prevê a entidade. O Capex em redes 4G vai puxar esse investimento. Ano a ano, as projeções são as seguintes: 2017 (US$ 16,3 bilhões); 2018 (US$ 17 bilhões); 2019 (US$ 17,1 bilhões); e 2020 (US$ 17,3 bilhões). Apesar do crescimento gradual a cada ano, a proporção dos investimentos sobre a receita total das teles na região deve cair de 21% para 20%, justamente porque o faturamento vai crescer mais nesse período.